quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

M.Mãe - M.Tes. - CAP.II - A Família - O Juramento

POBRE “RATO”


    Havia um rapaz, decente, honesto que lhe chamavam pelo apelido 'Rato'. O seu nome verdadeiro eu não tenho conhecimento. A mamãe me contou que esse rapaz era um bom filho, embora fosse adotivo, era um filho exemplar. A sua mãe, senhora idosa o amava muito e de igual modo ele lhe dedicava o carinho de filho que ama de coração a sua mãe. Quando chegava a noite em casa, se a sua mãe já estivesse dormindo, ele não ia se deitar sem primeiro ir vê-la, cobrir os seus pés e beijar-lhe o rosto. Sua diversão era estar com os amigos no clube de jogos. Este clube era simples, apenas diversão, não era como é hoje em nossos dias que há tanta tristeza causada nas famílias por causa de jogatinas, aonde há destruição e morte. O clube localizado próximo ao Jardim era um ponto de encontro entre amigos. O Rato era muito sociável, e atencioso para com os amigos. Quando alguém resolvia ir embora, este rapaz o acompanhava até a porta demonstrando assim sua amizade tão apreciada. Ele descia as escadas com a mão sobre o ombro amigo, levando-os até a porta do clube. O Cristalino sabia desse costume do jovem, pois fazia como um ritual e prova de grande amizade. O tal Cristalino sabia disso, pois se fizera amigo do Rato. Naquela noite ambos jogaram por um bom tempo até que o macabro amigo resolveu ir embora, comunicando ao amigo... Novamente o Rato repetiu seu gesto de confiança e amizade. O Cristalino pegou o seu chapéu e desceu as escadas acompanhadas pelo Rato que inocentemente ainda insistia para que ele ficasse mais um pouco. Então o mal se concretizou. O assassino aproveitando a oportunidade estudada e provocada tomou o punhal e o penetrou no abdômen do rapaz, girando-o algumas vezes, e fugiu apressadamente. Ferido mortalmente, o Rato ainda alcançou forças para retornar ao salão de jogos para apanhar o seu chapéu. Alguém observou o sangue que saía de seu ventre e perguntou aflito, ao amigo:
─ O que foi isso?
─ Nada não... Foi só o meu amigo respondeu. E sem dar tempo saiu apressadamente em direção a sua casa, porém não suportando, veio a cair na calçada, uns 70 metros abaixo, já sem vida!
 O Cristalino foi preso, julgado e condenado... Sua pena foi de 6 anos de reclusão.


O JURAMENTO


Estava presente no julgamento, o Angelim, irmão da vítima que revoltado e ferido na alma, mediante a condenação e sentença tão curta para um crime bárbaro  como esse, falou:

─ Seis anos para um crime como esse, é muito pouco, contudo aceito porque se fez justiça. Quando ele sair da cadeia, aviso já, que não passe nem perto de minha casa porque qualquer coisa que esse sujeito fizer, eu o mato! Eu vingo a morte de meu irmão.

Naquele tempo era grande vitória quando alguém respondia pelos crimes que cometia. Ainda mais se era de caráter político.


AÇÃO – REAÇÃO


    Três anos após, o Cristalino foi solto, antes porém, o Delegado avisou:

─ Cristalino você está saindo da prisão. Já cumpriu 3 anos. Porém quero avisá-lo que não deve provocar a família da tua vítima. Não passe nem perto da casa do Angelim, pois se você fizer algo para o irritar e ele te matar, não será nem preso. Você ouviu?

Mediante a promessa de obedecer ao aviso do Delegado, o Cristalino deixou a cadeia. Provocador, e mau elemento, resolveu ir convidar um dos seus chefes políticos para uma peixada e ao passar em frente a casa do Angelim, a qual ficava em desnível com a rua, fez questão de raspar os pés na calçada, escarrar e cuspir. Seu líder que presenciou tal atitude repreendeu-o novamente e ordenou que retornasse por outro caminho. Por causa de tal atitude provocadora e inconseqüente, a sua sorte fora selada naquele momento. Angelim esperava-o na esquina. Quando, o tal homem chegou na esquina, Angelim o chamou:

─ Cristalino!
                                 
Ao ver o rapaz armado, ele arrancou de sua faca e lançou-se sobre ele para tirar-lhe a vida. Ele, contudo disparou a sua arma, deu seis tiros na testa do Cristalino que tombou sem vida, bem próximo ao local em que o pobre Rato havia sucumbido.




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