sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CAPITULO XI - PORTUGAL A VISTA ‼!

O TELEFONE TOCOU

Agora já estávamos no ano de 1986. Eu havia trabalhado em diversos lugares e aqui eu era Oficial Dirigente (pastora) do Corpo (igreja) de São Vicente, litoral Paulista. Até que em fim consegui que a mamãe viesse morar comigo.
Certa manhã o telefone tocou e ao atender fiquei muito surpresa. Este telefonema mudou, mais uma vez, a nossa vida. Fazia apenas um ano que a mamãe estava comigo. O chefe do comando de Portugal, oficial responsável pelo trabalho do Exercito de Salvação naquele país irmão, lembrou-se que eu havia me oferecido para trabalhar lá, então resolveu me chamar. Sabendo que este era um desejo grande, de meu coração, o Major Ernest Hofer, em Lisboa, resolveu me chamar para ir trabalhar com eles naquele país, assim poderia por em prática o chamado que Deus me deu.


E AGORA, QUE FAZER?


      Esta foi a pergunta no meu íntimo. A mamãe estava morando comigo a tão pouco tempo, e diante de mim estava a possibilidade de realizar um grande sonho, só que não poderia levá-la comigo. Para minha maior preocupação, no mês de fevereiro, repentinamente a mamãe se queixa, diz não se sentir bem e logo perde os sentidos. Corremos, digo, corri  buscar ajuda e logo a levamos ao PS. Da cidade de São Vicente-SP, local onde morávamos na época. Não demorou para retornar para casa e logo sentir-se mal novamente até mais uma vez levá-la com urgência para o PS. Nada encontrado . PA. (pressão arterial) normal, volta para casa. Não demorou muito para novamente não se sentir bem e o seu rosto parecia que já ia brotar sangue por todos os poros, pois ficou todo pigmentado de vermelho nos poros. Assustada, aflita entrei em contato com um médico que já nos conhecia e ele ordenou que eu a levasse para o hospital e a internasse com urgência, em seu nome.
Assim ela ficou 5 dias na Santa Casa de Santos. Eu nunca soube o que fôra que havia lhe acontecido. Diante desse quadro eu deveria tomar uma decisão: Iria ou não para Portugal? Mas se eu fosse como ficaria a minha mãe? Se eu não fosse estaria desobedecendo a ordem de Deus, o que eu tinha convicção que era seu desejo.
Nessa época recebi a visita do Coronel Ronald T. Manning e ele me fez pensar... a decisão deveria ser tomada  com consciência e só eu poderia resolver o que fazer... era o momento de pensar bem. Na época, o tempo de trabalho missionário era de 4 anos envolvendo dois períodos de 2 anos, com férias de 2 meses após os dois primeiros anos então se fosse o desejo poderia ficar mais 4 anos e assim por diante.
Então eu deveria pensar muito bem pois eu iria ficar dois anos longe da minha mãe, sem retornar ao Brasil e nesse tempo deveria estar preparada para qualquer tipo de noticia. Estaria preparada para o pior? Creio que não. Então o que fazer? Eu estava esperando por esta oportunidade há mais de 10 anos... e agora... o que fazer? Porém a decisão teria que partir de mim...


INCENTIVO INESPERADO


A mamãe percebendo o meu dilema, deu-me a força que precisava:
─Vá, filha, pode ir. Eu ficarei bem! Disse ela ao que respondi:
─A senhora tem certeza mamãe?
─Sim,  filha,  vá tranqüila...       
Calculo a força que ela fez para que pudesse me falar tais palavras, porém deste inesperado incentivo, comecei preencher os formulários para ir para Portugal. No dia 17 de março de 1987 embarquei para as terras lusitanas, deixando minha mãezinha em Santa Cruz do Rio Pardo – SP, na esperança de que meus familiares olhassem por ela, enquanto eu estava trabalhando na obra do Senhor do outro lado do Oceano Atlântico.


    NÃO QUEREMOS PROBLEMA

Enquanto preparava a viagem, e buscava  deixar a mamãe amparada, várias foram as opiniões e um dia uma das irmãs de minha mãe retrucou:
─Ilaíde porque você não põe a Elza no asilo? A gente não quer  mais problema...
─Desculpe, tia a mamãe não vai lhe dar problema, pode ficar tranqüila. (retruquei).
Por várias vezes a mamãe havia me pedido que nunca a colocasse num asilo e eu prometi que não faria. Sabemos que estes lares, ou asilos, fazem o podem por seus internos porém a idéia de por minha mãe num asilo fazia-me muito triste pois parecia-me que eu estava querendo me descartar de alguém indesejável. Foi este o sentimento que me invadiu a alma ao ouvir tais palavras de minha tia. M as uma vez aquela sensível antipatia dos anos de infância e mocidade deles aflorou de modo tão persistente que aminha repulsa foi algo que me segurou no momento de mais um desencanto com aqueles que são do nosso parentesco. De outra maneira reagiram os irmãos mais velhos. Contei ao tio Ittai o acontecido e ele me respondeu:
De maneira nenhuma! A Elza não precisa ir para um asilo. E não vai ser problema. Dizendo assim demonstrou a sua repulsa as palavras “impensadas” de sua irmã. De igual modo reagiram a tia Júlia esposa do tio Ittai, tio Julinho e a sua esposa, a tia Jacira.
Na certeza que eu estava fazendo a vontade de Deus e que tudo iria ficar bem com o meu “TESOURINHO” fui para Portugal a fim de cumprir  a ordem do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”
È bom lembrar aqui que o meu nome foi um arranjo de minha mãe e ela me dizia:
“I – la – ide pregar o evangelho” portanto: Ilaíde embora que tenha sido copiado do nome do meu pai, trocando a 1° letra – Olaíde para Ilaíde. Assim sendo, agora ela não iria me impedir de seguir o caminho para o qual me educou e preparou.

EM FIM – PORTUGAL


Deus não brinca com nossos sentimentos. Quando chamados e vocacionados por Deus, temos que confiar nos seus supremos cuidados sim! Deus havia me chamado para o trabalho em Portugal, disto eu sempre tive certeza e eu desejava ardentemente fazer a sua vontade. Assim sendo eu deveria  confiar nos seus cuidados e suprimentos e mais uma vez pude  constatar que as suas promessas nunca falham.
No dia 17 de março de 1987, embarquei para Portugal, deixando minha mãezinha em Santa Cruz do Rio Pardo – SP. Foi uma separação um tanto difícil para nós, digo “nós” porque acredito que a dificuldade também envolvia o coração de minha mãe. Por lá passei os dois anos, trabalhando entre o povo lusitano, aprendendo a amá-los e também sendo amada por eles. Toda semana escrevia para minha mãe e recebia suas cartas, as quais traziam palavras de ânimo e incentivo e amenizavam a saudade.

domingo, 11 de dezembro de 2011

EM SÃO VICENTE - SP


No inicio de 1985, fui nomeada Oficial Dirigente do Corpo de São Vicente, litoral de São Paulo. Então finalmente consegui que a mamãe fosse morar comigo.   Fazia muito tempo que eu queria  isto, mas ela nunca tomava a decisão de me acompanhar.  Desde 1975, ela foi morar em Itanhandú – MG, e sua saúde me preocupava, já havia sofrido problemas cardíacos que a afastara do trabalho e por causa disso conseguiu a sua aposentadoria, incluindo aqui um grave problema de ouvido, que a lançara no hospital, o qual pusera sua vida em perigo, e eu só fiquei sabendo depois de um tempo. Fato que passarei a narrar a seguir.

CONFIAR SEM RESTRIÇÃO


Em janeiro de 1979, a mamãe e eu fomos até a capital mineira, Belo Horizonte, a fim de participar do casamento dos meus amigos e colegas oficiais os Tenentes Eldsmond Cândido e Elizabeth Terezinha dos Santos.  Então os nossos líderes me pediram que ficasse em Belo Horizonte substituindo as férias dos  Majores de Ávila, os Oficiais Dirigentes (Pastores) de nossa Igreja naquela cidade, pelo espaço de 1 mês.   A mamãe retornou a São Paulo com os Cadetes e depois seguiu para Itanhandú- MG.  Depois  eu deveria retornar a São Paulo, para minha nomeação que nessa ocasião era novamente como Oficial de Brigada (auxiliar) no Colégio de Cadetes, trabalhando junto com o Coronel John W.Jones e sua esposa, na época era Major.
Lá em Itanhandú – Minas  Gerais, a mamãe morava em um sitio, retirado do centro da cidade. Numa casa de parede-e-meia com um casal muito simples, mas também muito prestativos.  Não havia eletricidade naquela casa, e para poder ler ou iluminar o ambiente após o anoitecer, o único meio era a tênue luz da chama de uma vela.  As vezes acontecia da mamãe dormir e não apagá-la, contudo o Senhor cuidava de minha querida mãezinha, a Sua serva !

O seu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta! O SENHOR é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita.  De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite.  O SENHOR o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida.” (Salmo 121:3b – 7)

Tudo isso me preocupava.  Era nosso costume nos corresponder semanalmente e eu ficava aguardando ansiosamente as suas cartas.  Desta vez nada chegava, nem um bilhete, nem um recado pelo telefone, N A D A ....!

Minhas cartas seguiam com mais freqüência, implorando as suas noticias, porém nada retornava... “Meu Deus, o que está acontecendo com a minha mãezinha??? Por que não vêm as suas tão esperadas cartinhas?...” Meu coração se afligia e eu buscava refugio e consolo no Senhor, e minha confiança depositava Nele, que tudo sabe.  Sim !!! Tudo sabe, digo no presente porque até agora minha vida continua nas Suas mãos, porque o meu Deus é um Deus do presente, Ele não é um Deus do passado, Deus, o SENHOR, foi, é e sempre será o mesmo.  Só precisamos confiar em Suas promessas.
“”Eis que estou convosco até a consumação do século.” (Mateus 28:20) Diz o Senhor ,  e se o prezado leitor está lendo estas minhas palavras, é porque ainda os séculos não se consumaram......O Senhor está aqui conosco, pronto a receber nossas lágrimas e nossas lamúrias mas também a nossa gratidão, nosso louvor e nossa adoração.
É verdade! Quando estamos em meio as aflições é tão difícil relaxar e confiar mas a aí é que está a aplicação de nossa fé.
Ora, o que é fé? Fé é confiança e segurança nas promessas de Deus. Diz a Palavra de Deus:“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” (Hebreus 11:1) .
 Para mim, não era fácil ficar em lugar tão distante e não poder correr  para junto de minha mãe, talvez buscar o socorro que estivesse precisando, ajudá-la,  pois talvez estivesse necessitando de mim.  Mas o Senhor Jesus podería cuidar dela melhor do que eu, e em meu lugar...  Precisava confiar ...! Sim, Precisava Confiar !!!


CHEIRO DE HOSPITAL


Em casa, digo, em Belo Horizonte, eu estava contando com a companhia de uma das filhas dos Majores de Ávila, os pastores da nossa Igreja naquela cidade, que não acompanhara seus pais na viagem ao Rio Grande do Sul, em férias. Conversávamos bastante e eu, naquela noite expunha a ela a minha aflição e preocupação, pela falta de noticia de minha mãe, quando repentinamente senti um forte cheiro de hospital, parecia que este cheiro invadia o quarto, onde estávamos.  Não me lembro se ela também sentiu, porém eu sentia tão forte que me parecia estar em um quarto de Hospital.  Nesse momento comentei com ela e meus pensamentos voaram para Itanhandú – MG, para junto de minha mãe e minha oração ao Deus de minh’alma que tudo sabe para que, em nome de Jesus, Ele cuidasse de meu tesouro!
O tempo passava, e eu continuava a sentir o mesmo cheiro por vários dias.  Quase um mês depois chegou a tão esperada cartinha, da minha querida mãezinha.  Colírio para os meus olhos, e suave alívio invadia meu coração ao ver, tocar, e segurar entre os meus dedos aquela missiva com a linda letra de minha mãe.  Com o coração aos saltos, aflita para saber o porquê de demorar tanto para me escrever, me perguntava: “Mãezinha, por que não me escreveu antes?  O que será que contém esta carta?”


SERIA A RESPOSTA DE DEUS?


Aflita, comecei a ler a carta, e então eu soube qual fôra o motivo.
A mamãe passou a narrar a sua história!  Contou-me que certa noite após a leitura bíblica, derramou perante o Senhor, a sua alma, implorando saúde específica para os seus ouvidos, pois não desejava perdê-los.  Seu prazer era cantar, e ouvir os louvores, a Palavra de Deus... Também tinha prazer em participar dos sons da Natureza, do gorjear dos pássaros,  do cantar de seus galos, do cacarejar de suas galinhas, ouvir as vozes dos animais diversos, conversar com todas as pessoas, enfim seus amigos lhe eram muito importantes.  Pensando nisso implorou ao Senhor que a protegesse e curasse qualquer enfermidade em sua audição.
Depois de orar, apagar a vela, único meio de iluminação que possuía, dormiu em sossego, com confiança sob os cuidados de Jesus. Quase ao amanhecer o dia seguinte, acordou com forte dor de ouvido, e observou que sangrava. Quase caindo pois não conseguia ficar em pé buscou o socorro do seu visinho que prontamente atendeu. Buscou ajuda para levá-la ao médico...  Então precisou ser internada com urgência. Ficou hospitalizada durante 11(onze) dias. Devido problemas urgentes para resolver, o médico lhe concedeu alta prematura. Enquanto estava hospitalizada, ouviu a conversa entre duas enfermeiras e soube que o seu estado de saúde preocupava o médico pois sua vida corria perigo... A mamãe pediu ao Senhor a saúde e então precisou ser hospitalizada... Então Deus não respondeu? Não, não é assim. Deus à curou, e seu ouvido nunca mais teve problemas, ouvindo perfeitamente durante todos os anos em que viveu. 


Sim, Deus ouviu a sua oração. 



CONCRETIZAÇÃO DO SONHO

Passaram-se mais ou menos 11 anos, até que eu me decidisse realmente ingressar no Colégio de Cadetes, o Seminário do Exército de Salvação.   Eu trazia em meu peito um segundo sonho que muito desejava realizar com a finalidade de melhor servir ao meu Senhor e Rei, Jesus.   Desejava ser médica... Pensava poder cuidar do corpo e da alma de minhas futuras ovelhas. 
Com esta meta seguia os meus dias.
 Com muito esforço de minha querida mãezinha, estudei até o 2º grau.   Enquanto fazia o ginásio, muitas foram as dificuldades, ao ponto de não podermos adquirir nem os cadernos para poder estudar.  Em casa nossa Situação financeira era terrível, então como conseguir estudar ?  E a Faculdade de Medicina ia ficando mais e mais distante.  Eu sofria humilhações por todos os lados, até de pessoas que menos podia esperar, então eu chorava muito e minha mãezinha creio que com a alma em lagrimas, procurava me consolar.  Cheguei a pensar em desistir  do oficialato, mas Deus segurou bem firme minha mão e com a ajuda da mamãe, consegui vencer.
Quanto a Faculdade de medicina não consegui alcançar, mas o Oficialato, Deus me deu !
Em 1971, foi trabalhar em nossa Igreja, o Corpo de Ponta Grossa – PR, um casal com dois  filhos gêmeos, os Capitães Elias (Roberto Elias e Abigail de Carvalho Elias) e seus lindos filhos Raquel e Rubens.
Certo dia a Capitã chegou para mim e me perguntou:
− Ilaíde, afinal, você quer ou não ser oficial?
− Quero sim, Capitã. Respondi.
− Mas, quando? perguntou-me e continuou a dizer: O tempo esta passando e não demora não dará mais para você ir.
Realmente, o tempo passava e eu estava tranqüila como que adormecida levando a minha vida.
 Eu já estava com 22 anos  e precisava tomar a minha decisão.  A mamãe nunca chegou para mim a fim de me cobrar  uma atitude, digo isto para que ninguém pense  que ela forçou-me a ingressar no Colégio de Cadetes.  É claro que ficaria muito feliz se eu fizesse isso.
Mediante a pergunta desafiadora da Capitã, estabeleci o ano em que deveria entrar para o Seminário, 1974 !
No dia 30 de março adentrei as portas de nosso Colégio que ficava na Rua Caramuru, 931,  Bosque da Saúde – SP.   Em 27 de dezembro de 1975, fui comissionada Tenente, com muita alegria, e recebi a minha 1ª nomeação que foi ser Oficial de Brigada no Colégio de Cadetes, auxiliando os novos diretores, os Capitães Hennessey.




DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO

Certa vez tivemos a visita do Comissário Carl Eliasen e do Tte.Cel. Ronald Trevor Manning (na época Coronel e Major respectivamente, hoje aposentados), os quais nos proporcionaram um dia muito feliz e marcante na presença de Deus.   O Comissário Eliasen, juntamente com sua esposa e filhos, havia iniciado a Obra do Exército de Salvação em Portugal e retornara daquele país não muito tempo atrás.   Foram tempos difíceis, pois Portugal fazia pouco tempo que havia se libertado do Regime de Salazar e havia muitas  atividades ainda proibidas naquele país, ou poderiam ser realizadas com permissão previamente obtida e sob os olhares atentos dos policiais.

Eles venceram em nome de Jesus!

Nesse dia, o Comissário nos trouxe um relato apaixonado sobre o trabalho pioneiro nas terras lusitanas e para terminar, ele completou:
− A minha preocupação agora, é: quem mandar para Portugal?
Nesse momento senti como se Deus estivesse apontando para mim e dizendo:     
 << VOCÊ >>
Nos meus primeiros anos como Oficial, me ofereci para o Trabalho em Portugal, mas só consegui concretizar em 1987

M.Mãe - M.Tes. - CAP. X – ... - SONHOS QUE SE REALIZAM

CAPITULO X

SONHOS QUE SE REALIZAM

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O SONHO DE MINHA MÃE


Como já escrevi anteriormente, a mamãe me dedicou para o Senhor Deus, mesmo antes que eu viesse a nascer.   Para isto ela me criou, me educou, e procurou me preparar.   Desde a minha mais tenra idade ela vinha me educando com vistas a cumprir o propósito de Deus para minha vida.   Contudo é valido aqui dizer que ela nunca me forçou a tomar esta decisão.   Suas orações sempre a meu favor davam-lhe forças  e esperança que eu decidisse no momento de Deus, que Ele desejasse me chamar e me vocacionar para o Seu Ministério.   Soube aguardar com paciência e com vigilância, sempre pronta a defender e proteger, não só a minha vida, como também a saúde de minha alma.   Louvo a Deus porque a minha mãe sempre esteve presente em minha vida e foi sempre o meu ponto de apoio em todo o tempo.   Mesmo depois de adulta, seus conselhos me foram preciosos.   Quantas cartas lhe escrevi expondo os meus problemas e incertezas  e sempre a resposta sabia e tranqüilizante chegava.  Se fosse preciso ela vinha ao meu encontro para me acalmar e ajudar.  Muitas vezes só o fato de poder lhe escrever, já me trazia alívio.


O OFICIALATO II


A mamãe arrependeu-se amargamente por ter  deixado as fileiras salvacionistas.  Isto ela sempre repetia.  Lastimava-se por ter se precipitado ao pedir demissão do Oficialato, e ainda quando idosa trazia em seu peito a dor da saudade desta gloriosa carreira.

Já por minha vez, conhecendo tudo isto, aprendi a lidar com determinadas desilusões e enfrentar as barreiras que por vezes encontro pelo meu caminho.   Foi ela quem me ensinou, principalmente a confiar em Deus, pois eu sozinha poderei cair no primeiro problema, por menor que ele seja.

 O oficialato é glorioso, contudo não é fácil... É gratificante ganhar as almas para o Senhor Jesus, cuidar do Rebanho do Senhor e andar nos Seus caminhos diariamente e ainda morar nos “Átrios do Senhor”.   Sim é muito bom, é glorioso, mas a responsabilidade é enorme...

Ser Oficial do Exército de Salvação é ser Pastor, é ser líder, é ser liderado. É arregaçar as mangas e se jogar por inteiro no trabalho, para fazer qualquer que seja o serviço necessário.  Também é lutar contra as hostes e potestades e vencer, em nome de Jesus.   Ser Oficial Salvacionista é não parar no primeiro “NÃO”, nem no segundo, nem no terceiro, talvez nunca parar.   Ser Oficial Salvacionista é chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram; é repreender com amor e corrigir o que está errado, é superar as diferenças e enfrentar as barreiras; ...é ter uma semana de 8 dias e um dia de 25 horas...




MINHA DECISÃO


No Exército de Salvação temos trabalhado com grande enfoque para a juventude, realizado finais de semana para Juventude ou mesmo “Dias de Juventude”.  Nessas ocasiões os jovens são chamados a vida mais perto de Deus e até mesmo a dedicarem-se para Deus, consagrando suas vidas para viverem de tal forma que dignifiquem o nome do Senhor Jesus, também é oferecido oportunidade para aqueles que sentirem o chamado específico para o Oficialato, oferecerem-se, tomando a decisão espontânea.

Em 1963, tivemos em Curitiba – PR , o nosso Dia de Juventude, como era feito anualmente.  A idade mínima era 14 anos e eu estava com 13 anos.porém consegui participar pela primeira vez, deste evento importante.

 O líder do “Dia” era o então Coronel Gilberto Abadie, nosso Chefe Territorial (hoje denominado de Chefe Nacional), nome dado ao líder do Exército de Salvação no Brasil.  Já estávamos na parte final da terceira e última Reunião do “Dia”, ( eram realizados três Reuniões especiais nesse Dia: a primeira antes do almoço, a segunda após o almoço que era um encontro bem animado para que ninguém tivesse sono, e por fim a terceira que completava o Dia de Juventude, e onde então era dada a oportunidade das consagrações.  Nesta última Reunião, quando o Coronel Gilberto Abadie chamou os jovens a que desejavam dedicar suas vidas ao Senhor, para serem Oficiais do Exército de Salvação, eu estava sentada perto da saída no meio da fileira dos jovens participantes, senti o Senhor me escolhendo...  Então ao ouvir o convite que o Coronel fazia do púlpito, senti como uma mão muito grande pousasse sobre as minhas costas e me fosse levando em direção ao altar, então saí do meu lugar, um tanto apreensiva e caminhava lentamente pelo corredor, entre as fileiras de cadeiras, como que se tivesse sendo empurrada para frente e aí o Coronel Abadie parece ter percebido a minha dificuldade e então levantando a mão em minha direção disse:

- Venha,... pode vir....

Eu não andei mais, eu corri para frente e me ajoelhei  no “Banco de Penitentes”, o nosso Altar das Consagrações, para orar, entregando-me, para ser oficial do Exército de Salvação

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

M.Mãe - M.Tes. - CAP.IX – ... - CRESCENDO A FAMÍLIA

VISITA DO ADVERSÁRIO


A mamãe começou a restabelecer-se.   Com as aplicações do medicamento endovenoso, Succil B12, e principalmente com o carinho do Senhor para conosco, a saúde da mamãe retornava.   A nossa situação era terrível.   Eu estava ingressando no 1º ano ginasial e precisava de uniforme e também de cadernos.  Porém nós não tínhamos como conseguir.  O uniforme a mamãe arrumou, não sei dizer como, mas ainda era necessário fazê-lo.  Então ainda na cama ela costurava a mão a saia azul marinho, de pregas.  A blusa branca com o emblema, não lembro ao certo como conseguimos, porém parece-me que foi comprada.  Assim comecei as aulas no Ginásio, no Colégio Estadual Regente Feijó, de Ponta Grossa – Paraná.  Estudava no período da tarde e usava umas folhas que a mamãe havia guardado há muito, pois não podia comprar cadernos.  Entrava às 13 horas, muitas vezes só com um copo de água com açúcar, porque em casa não tínhamos nada para comer.  Sapatos, era na base do ‘se-me-dão’, dependia do bom coração das pessoas  amigas ....  Assim foi aquele ano de 1962. 
 Diante de todo esse quadro, resultado de uma fofoca e calunias sofridas, quem é que vem nos visitar???   A causadora de toda esta luta e tristeza, a dona Elvira.
O que faríamos hoje?  Se fosse eu no lugar de minha mãezinha, qual sería a minha atitude para com esta senhora?  A mamãe a recebeu como amiga! Então ela começou a contar as lutas pelas quais estava passando, lutas terríveis, e a tristeza em que caíra a sua vida e seu lar, e ao contar chorava... A mamãe chorou com ela...e a consolou!!! Nossa amizade por ela continuou por algum tempo depois.   Não pudemos mais conversar com ela porque perdemos o contato. A dona Elvira e sua filha Ana sumiram, nunca mais as vimos.


UMA JOVEM SOFREDORA

Havia um bairro de periferia em nossa  cidade, que se chamava ‘Olho d’Água São João Maria’.    Lá havia uma família de três pessoas: uma senhora, um rapaz loiro e uma jovem mulata.   Esta senhora de nome Maria, criava este casal como filhos adotivos.  Nessa pequena família heterogênea, a jovem, por ser mulata, sempre levava toda a culpa dos erros cometidos embora fosse o seu irmão loiro que os cometia, e sofria as conseqüências, ao ponto de trazer em sua testa, para o resto de sua vida, uma cicatriz provocada por  um machado que havia sido atirado em sua direção, num momento de explosão de raiva, de sua mãe adotiva.   Se ela não tivesse se desviado, poderia ter sido fatal. Vale aqui lembrar que os dois jovens haviam sido adotados.    A jovem, que alem de levar toda a culpa dos erros de seu irmão, passou por outras humilhações aterradoras, que prefiro não descrever aqui.   Ela havia perdido a sua mãe genética quando estava ainda com  apenas 1 ano de idade, e seu pai impossibilitado de criar todos os filhos sozinho, deu para adoção a menorzinha.  De acordo com as suas lembranças, um de seus irmãos mais velhos, certo dia veio até a sua casa para falar com ela, mas não foi permitido.  Então ela viu a sua mãe adotiva conversar com ele, com a janela entreaberta, e ouviu  ele dizer que viera avisar que o seu pai havia falecido.  Desde então nunca mais soube nada deles, por toda a sua vida.
A nossa Pastora (Oficial Dirigente da nossa Igreja em Ponta Grossa – no Exército de Salvação denominamos Oficial Dirigente ao nosso Pastor), começou a fazer um trabalho evangelístico naquele Bairro e em suas visitações encontrou essa jovem, com 19 anos de idade, morando sozinha em um lugar perigoso como era aquele.   Por que sozinha?  A sua mãe, d. Maria Dias  havia falecido e seu irmão já havia saído de casa. Estava sozinha, triste, amargurada e sem rumo certo para a sua vida.  Aí então a Tenente Erda Kobs lembrou-se da Soldada Elza Fleury que vivia apenas com a sua filha de 12 anos de idade, e que poderia dar para aquela jovem solitária, um lar cristão  e uma nova família.


GANHEI UMA IRMÃ

Após conversar com a minha mãe, a Tenente trouxe a jovem solitária para morar conosco.   A mamãe  por sua vez, novamente expoz o seu grande coração e aceitou, de braços abertos, a presença desta jovem.  Não demorou que a Delair, (este era o seu nome), começasse a chamar a minha mãe de “MÃE”, e nós nos tratávamos de ‘MANA’.


PROBLEMAS DE RELACIONAMENTOS

Assim começamos a viver como se fôssemos uma família de três pessoas.  Os nossos problemas não diminuíram com a chegada da Delair.   Sua saúde era precária e seu coração estava muito magoado, o que fazia com que nosso relacionamento se tornasse bastante difícil.   Sem mais nem menos ela reagia como se a mamãe estivesse tratando-a mal, por causa da cor de sua pele. Isto não era verdade.  Procurávamos ajudá-la e aprendemos amá-la de todo o nosso coração, pois compreendíamos que sua atitude, por vezes rude, vinha de seus sofrimentos. Juntas íamos a Igreja, juntas íamos passear, juntas íamos viajar, juntas orávamos e assim foi seguindo a nossa vida.  O que muito dificultava a sua vida era a falta de estudo.  Ela não teve oportunidade de estudar, não havia aprendido nem escrever o seu nome, dificilmente conseguia parar em empregos. 

ESTUDANDO

Como eu estava dizendo, a Delair não teve oportunidade para estudar em sua casa.  A sua mãe não lhe permitia.  Nessa época eu estava cursando o ginasial e logo passei para o 2º grau, cursando o Científico.  Isto incentivou a “Dêla” a entrar na escola.  Ela mesma fez a sua matricula e começou a freqüentar as aulas.  Completou o primário mas não seguiu em frente e eu não sei dizer o porquê.
            
      CONSELHOS DE MÃE

Como ela tivesse aceito, a minha mãe como sua própria mãe, também buscava seus conselhos.  Lembro-me que às vezes quando arrumava namorado, logo trazia para que a mamãe o conhecesse.  Houve um que a mamãe logo percebeu que estava mal intencionado, enganando a boa fé da Delair.  Então teve uma conversa muito séria com tal pessoa , conversa franca de olho-no-olho, mostrando para ele que a Delair não estava sozinha, mas tinha uma família que a amava e que a defendia.  Nunca mais ele voltou.  Então a Delair, em tom de brincadeira, disse:
- Eh! Mamãe, eu trago meu namorado aqui para falar com a senhora .... e depois ele não volta mais...
- Sim minha filha, disse a mamãe, isso é porque ele não era sincero contigo. Se fosse ficaria feliz por ver quem tu és. Não desanime; Deus te dará aquele que será o teu marido.
Não demorou muitos dias para que ela tivesse a resposta de Deus.  Quando retornou da escola, veio falar com a mamãe.
- Mamãe,  a senhora tinha razão.  Sabe aquele rapaz que eu trouxe para senhora conhecer?  Pois eu o vi atravessando a rua com a mulher e seus filhos....a senhora tinha razão.
- Estás vendo filha? Não desanime, Deus te dará aquele  que será o teu marido.  Respondeu a mamãe.
             
*VIDA NOVA


Depois de algum tempo, na verdade alguns anos, a Delair resolveu ir embora para Curitiba tentar nova vida. Sabemos que nada foi fácil para ela.  Como levara algum tempo para entrar em contato conosco, a mamãe começou a se preocupar. Vivíamos a esperar todos os dias por noticias, por suas cartas que haveriam de nos trazer suas noticias, até que um dia a tão esperada cartinha da Delair, chegou.
Certo dia ela nos fez surpresa, vindo nos visitar e trazer uma boa nova: alguém desejava cortejá-la!
Será que o prezado leitor pode imaginar a resposta que ela deu? Pois foi a mesma que sempre dera anteriormente: ela só podería lhe responder depois que falasse com a sua mãe.....    Assim sendo a mamãe e eu fomos a Curitiba para conversar com o seu pretendente.


GANHEI UM CUNHADO


 O Sebastião, este era  o seu nome, de agora em diante tornava-se um candidato a entrar em nossa família.  Ele também pertencia a nossa Igreja, o Exército de Salvação, em Curitiba como um fiel servo do Senhor. 
No dia 03 de outubro de 1973 eles se casaram numa cerimônia simples, mas marcada pela presença de Deus. A Mamãe eu fomos testemunhas.

CRESCENDO A FAMÍLIA


Desta união nasceram duas meninas; sendo que a primeira nasceu a 19 de dezembro de 1975  e ganhou o nome de Raquel Elizabete e no dia 25 de dezembro de 1977 nasceu a mais nova que se chamou Ruth Eliza, a qual a mamãe criou até os 5 anos de idade, quando morava em Itanhandú, sul de Minas Gerais.   Quando o Sebastião e a Delair resolveram levá-la de volta para o convívio deles, a mamãe sofreu muito com a falta da Rutinha, embora nunca pensou em recusar entregá-la para os seus pais. Já sabíamos que eles iriam lavá-la um dia.   Por muitos anos a mamãe guardou a saudade doída que sentia de sua menininha.
Neste ponto será bom nós pensarmos um pouco em desilusões e separações que nos fazem chorar e sofrer.  Por que ainda sofremos quando nos desiludimos ?  Por que ainda sofremos quando nos separamos de quem nós amamos?
A Palavra de Deus nos diz: “ No mundo passais por aflições mas tende bom animo, Eu venci o mundo” (João 16:33)   Deus nos dá força quando confiamos Nele.  É verdade que por sermos humanos muitas vezes nos ressentimos, nos ofendemos, ficamos magoados e até adoecemos.  
Porém se confiamos em Deus, tudo venceremos.

M.Mãe - M.Tes. - CAP.IX – ..... - SÓ DEUS NÃO FALTOU

CORAÇÃO GRANDE

Um dia a nossa Oficial Dirigente (nomenclatura dada aos Pastores do Exército de Salvação quando estão a frente de uma de nossas Igrejas)chegou para minha mãe e pediu que ela ajudasse uma família em situação precária.   Era um casal com sua filha adolescente. Ele, o pai, havia sofrido AVC (derrame cerebral) e estava paralisado no seu lado esquerdo, acamado, e creio que o lado direito também estava um pouco afetado.   A família morava  em um lugar muito perigoso, a margem da estrada de rodagem, que denominávamos de Contorno, pois contornava a cidade para dar acesso a Rodovia que seguiria para o norte do Estado.  Ali expostos a ação de marginais, corriam grande perigo.   A mamãe permitiu que eles viessem morar conosco.  Vou chamar de ‘família Santos’, ele de seu João, a esposa de dona Elvira e a filha de Ana.  Ana era um ano mais velha do que eu, ela estava com 12 ou 13 anos.  Vejam portanto, que eu estou usando aqui nomes fictícios.  Desde então começamos ajudar a cuidar do seu João. Quando a Ana e eu ficávamos sozinhas em casa precisávamos atender o seu João, e então eu ajudava a Ana, erguê-lo para sentar-se na cama, e outras ajudas que fosse necessário.   Tinha prazer em poder ajudar, ainda mais quando estávamos sozinhas. Lembro-me do carinho que a mamãe dava a esta família, tanto que o seu João, mesmo doente como estava, sabia reconhecer. Com muita dificuldade de falar, mal balbuciava algumas silabas, contudo tentava chamar a minha mãe de madrinha.  Falava embrulhado, mas dava para entender .  Não me lembro quanto tempo durou esta situação. 
Certa noite, a dona Elvira veio aflita ao nosso quarto chamar pela mamãe porque o seu João estava chamando.   Ao chegar a beira do leito, ele balbuciou algo, que elas entenderam que ele pedia que a mamãe orasse por ele.  Mediante a confirmação por parte dele, a mamãe orou ao Senhor, entendendo que havia chegado o momento fatal.  Quando ela terminou de orar, ele deu a entender que ouvira a oração e partiu para os braços de nosso Senhor.  A mamãe ajudou em tudo que pôde. Fizemos o velório em casa.  As duas, mãe e filha,  ficaram morando conosco por mais algum tempo.  No principio de 1962, como fazíamos todos os anos, a mamãe eu fomos Santa Cruz do Rio Pardo, passar o ano novo e as nossas férias e ficamos 2 meses na casa de meus avós.   A dona Elvira e sua filha ficaram cuidando de nossa casa.

DESILUSÃO E CALUNIAS

Enquanto descansávamos em Santa Cruz, a dona Elvira em Ponta Grossa, preparava para a mamãe, o pagamento por todo o beneficio que recebera.  Preparou a retribuição por todo o carinho recebido, pela acolhida, pela confiança depositada.... Quando retornamos a Ponta Grossa, em dois dis elas se mudaram de nossa casa.  A mamãe estranhou esta atitude.  Não demorou para que soubesse os motivos de tal atitude. Quando a mamãe saía à rua, ouvia história terríveis por pessoas  que ela nunca vira antes.  Fomos a casa da vó Francisca e aquela noite pernoitamos com ela e no dia seguinte a mamãe  foi ajudar na limpeza da casa.  Pegou uma vassoura e estava varrendo os cômodos todos quando chegou perto da porta do quarto em que se hospedava uma senhora, desconhecida para nós.  Esta hospede da vó Francisca, se pôs a porta de seu quarto e com os braços abertos apoiando as mãos nos umbrais da porta, fechando desta forma a passagem, disse para a mamãe:
- Aqui a senhora não entra.
Que estranho essa atitude desta  desconhecida... “Bem” pensou a mamãe, “melhor para mim, um cômodo a menos”. E então disse para tal senhora o que havia pensado. Quando viemos embora para a nossa casa, a tal hospede virou para a vó Francisca, e quis cobrar da vó, o que ela falava sobre a mamãe:
-É essa a tal “nhá Erza” que a senhora tanto fala?! Então a senhora não sabe quem ela é?!! ....e completou falando horrores contra a mamãe e a nossa moral.   A vó Francisca ficou tão zangada com a sua hospede que a mandou embora e nunca mais vimos tal pessoa.
Também a mamãe encontrou-se com Éclair, uma jovenzinha de 14 anos, filha da tia Esbelta (mais uma de minhas tias de consideração),  que a chamava de tia e lhe tomava a benção todas as vezes que a encontrava, que lhe disse:
- Tia, aquela mulher que mora na sua casa, não presta!
- Por que, Clara? Perguntou a mamãe, e ela respondeu:
- Porque ela falou muito mal da senhora e da Tide.  Ela falou......   Assim a Clara contou tudo o que a dona Elvira falara e como ela fazia para convencer as pessoas que estava falando a verdade.  Ela convidava as pessoas para a seguirem até a nossa casa para mostrar com gestos, o quanto nós duas éramos de baixo caráter, e adúlteras.  Ainda para não ficar dúvidas de suas ‘verdades’, ela completava:
- Para provar que falo a verdade, elas chegam num dia e em dois dias eu me mudo daqui.
O pagamento por ajudar a família Santos, chegou, muito amargo e apimentado.....!



TRISTEZA E ENFERMIDADE


Havia em Ponta Grossa, um rapaz que conhecíamos desde menino. Ele era neto da vó Conceição, que já me referi anteriormente.  Ele sempre vinha nos visitar, seu nome, Nelson Kovalic.  Enfermeiro, como era, foi a pessoa certa naquele momento crítico.  Sabendo que já havíamos voltado de nossa viagem, veio naquele final de dia, para nos fazer a sua visita amiga.  Então a mamãe começou a abrir seu coração e contar para ele, toda a história, e começou a chorar muito.   Nesse momento de grande tristeza em que a desilusão tomara conta, em seu estado nervoso, a mamãe ia perdendo os sentidos num desmaio que comprometeria para sempre o seu estado de saúde. Prontamente o Nelson a socorreu, não permitindo que isto acontecesse.  Desse momento em diante ela ficou acamada.  Durante a semana seguinte ficou em estado dormente, com os olhos semicerrados e ao todo ficou acamada por 2 meses.   Nesse ínterim, o Nelson trouxe um médico para consultá-la, o doutor Russo, que dentre os medicamentos que receitou, havia um que sería endovenoso, vitamina para os nervos, que se chamava ‘Succil B12’. Durante esse tempo de enfermidade, todas as nossas finanças, que já eram escassas, se foram e não tínhamos aonde correr.   Todas as freguesas que deviam para a minha mãe, nos pagaram e agora nada mais tínhamos para receber....
Eu fui a Farmácia, no centro da cidade, para saber o preço de tal medicamento = cada ampola custava Cr$ 2,00 (dois cruzeiros).  Para que o amigo tenha idéia do valor proporcional, vale aqui dizer que quando a mamãe, ainda em recuperação, começou a trabalhar no Hospital São Lucas de Ponta Grossa – PR, seu salário era Cr$ 4,00 (quatro cruzeiros) por mês.   Ela precisava tomar varias ampolas deste medicamento, mas..., como? De que maneira iríamos conseguir adquirir tal remédio, se não tínhamos dinheiro, nem para uma ampola?  Quando ela pôde, escreveu aos seus pais em Santa Cruz do Rio Pardo – SP,  e o seu irmão, o Ittai, que trabalhava na área da Saúde Pública, conseguiu uma caixinha quadrada (embalagem de giz escolar, de 12 x 12  x 12 cm de tamanho, mais ou menos), cheia com as tão necessárias ampolas, de Succil B12. Era o suficiente para que ela se restabelecesse. 
Louvo a Deus por ter guardado a mamãe naquele dia, fazendo com que o Nelson lhe assistisse, evitando que ela perdesse os sentidos.   Este ato evitou um mal maior.  Se não fosse o pronto atendimento do Nelson, três seriam os resultados possíveis: ou ela teria morrido, ou teria ficado paralítica para o resto de sua vida, ou teria enlouquecido.  Não sei qual o nome da sua enfermidade, o que se comentou foi que ela fora acometida por 5 doenças nervosas, sendo que uma delas atingiu o neurônio.

SÓ DEUS NÃO FALTOU


Eu fazia tudo que eu podia pela mamãe.  Foram dois meses terríveis, meses que prenderam a mamãe no leito.  Durante esse tempo eu cozinhava, com dificuldade, porque todas as coisas foram acabando.  Quando conseguíamos um pouco de fubá, eu procurava fazer um angú, mal temperado e mal cozido. 
 Por que mal cozido?
Nós não tínhamos fogão a gás, o nosso fogão era de lenha, porém muito ruim. Ele já havia sofrido a queda de 2 raios em anos distantes, e nunca foi corrigido, então para se fazer fogo era muito difícil, mais fazia fumaça do que realmente, fogo. E, diga-se de passagem, eu era uma péssima foguista, e ainda sou.  Aí a panela se escondia entre a fumaça. Agora imagine uma comida feita dessa forma e mal temperada... Alguns vizinhos, de vez em quando me chamavam, para nos dar uma travessa do que sobrou no domingo: como era gostoso!
Outras vezes saia a catar na beira da mata vizinha, alguma verdura comestível, o que era acrescentado à sopinha que eu estava a preparar.  Leite e carne eram alimentos de luxo e levava quase o ano todo para que nós pudéssemos comprar estes tão almejados e necessários alimentos.
Um dia, nada mais tínhamos para cozer e eu precisava dar o que comer para a mamãe que estava doente.    Havia um pouco de farinha de trigo.  Então decidi fazer uma sopa de trigo.  Se esta sopa for bem feita, fica muito gostosa.  Para que ela fique saborosa temperamos a água com o que desejamos para que se faça um deliciosa sopa.   Em um prato ou tigela pomos a farinha de trigo a gosto (aproximadamente 1 e ½ xícara) e acrescentamos ovos inteiros e temperos com sabores, a gosto.  Então, mistura-se tudo até que dissolva bem a farinha de trigo. A massa deve ficar bem pastosa, como um mingau bem grosso, ao ponto de pingar bolas da colher.  Não fazer bolas muito grandes, apenas a ponta colher, como se fosse fazer uns bolinhos fritos (bolinhos de chuva).  Quando o caldo estiver fervendo, não apenas fazendo bolinhas, mas pulando mesmo, então com a colher vai pingando esse massa na fervura.  A medida que vai caindo as bolinhas de trigo na panela, elas vão cozinhando, no final fica semelhante a inhoque.   Fica muito saborosa. 
Pois bem, eu queria fazer essa sopa para a minha mãe, mas não tinha temperos, ovos, ou outra mistura qualquer. Só tínhamos sal, e um pouco de banha de porco.
Coloquei a panela no ‘fogo’. Temperei a água e esperei ferver, mas nunca fervia.... Preparei a mistura, ou melhor, o ‘mingau’ com toda a farinha de trigo que tínhamos em casa temperada apenas com sal.   Quando a água resolveu ferver comecei a pingar a mistura na panela, contudo a ela parou de ferver, e o fogo....bom o fogo, como já disse anteriormente, era só fumaça. Ao fim de tudo, saiu uma gororoba que mais parecia um mingau embolotado do que uma sopa de trigo.  Quando o caldo não está fervendo bem, ao adicionar os pingos da mistura de farinha de trigo, eles se dissolvem parcialmente formando um mingau mal feito.
Depois de tudo, o que eu fiz, deu apenas um prato de sopa, que eu levei para minha mãezinha, na cama, com muito prazer, o que ela saboreou como se fosse a melhor sopa que já havia deglutido.  Dizia estar saborosa.   Eu fiquei encostada a porta do quarto vendo-a se alimentar, satisfeita porque ela podia comer.  Quando ela estava terminando de saborear aquela gororoba que fiz, olhando para mim, lembrou-se então de me perguntar se tinha sobrado para mim. Não, não havia sobrado nada. Só consegui fazer aquele prato de comida e não havia mais nada para cozinhar.  Ela ficou triste porem não me lembro que eu senti fome.   Deus me sustentava. 
Em casa nos faltava tudo, só Deus não nos faltava.  Ele sempre cuidou de nós e nunca deixou que passássemos o dia em jejum, sem ter alguma coisa para comer.
 “Não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga; não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado quando os homens se levantaram contra nós, e nos teriam engolidos vivos, quando a sua ira se acendeu  contra nós; as águas  nos teriam submergido, e sobre a nossa alma  teria passado a torrente; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma.  Bendito o Senhor, que não nos deu por  presa dos dentes deles.  Salvou-se a nossa alma, como um pássaro do laço dos passarinheiros; quebrou-se o laço, e nós nos vimos livres.  O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra.” (Salmo 124:1 a 8)
A Palavra de Deus é fiel.  O Senhor não permite  que as provações sejam maiores do que  as nossas forças.  O Senhor põe limite para as provações que vem sobre nós.  Aqui também Ele cuidou de nós e não permitiu que a nossa alma fosse atingida.  Se você ler a história de Jô, verá que  satanás pede oportunidade de nos provar e Deus, ao permitir, lhe dá limites intransponíveis.  “Disse o Senhor a satanás: eis que tudo quanto ele tem está em teu poder: somente contra ele não estendas a tua mão.”(Jó 1:12) Depois de destruir tudo que Jó possuía, tirar a vida de seus filhos no mesmo dia, não satisfeito, satanás queria mais, queria que Jó blasfemasse contra o Senhor Deus, então retornou a presença do Senhor e pediu mais:  “Então, satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.  Disse o Senhor a satanás: Eis que ele está em teu poder; poupa-lhe a vida.” (Jó 2: 4 e 6) E se você desejar saber mais sobre a história de Jó, verá como ele sofreu  com tumores malignos e fétidos.  Contudo não blasfemou.  Sofreu muito, mas o Senhor ao fim de tudo devolveu-lhe em dobro tudo que possuía antes de sua tão grande provação.  “Sê fiel até a morte e...” (Apocalipse 2:10b ) Devemos ser fiéis ao Senhor.  Os homens só nos ferirão, mas o Senhor nos curará.  “Sê fiel” é a ordem do Senhor e é o que interessa.  A mamãe  e eu sofremos muito, as duras provações  mas o Senhor nunca nos abandonou.   Se passámos por isso, foi porque o Senhor achou que podíamos suportar.
Deus é fiel! Ele nunca nos faltou!!! 

sábado, 12 de novembro de 2011

M.Mãe - M.Tes. - CAP.IX – ... - LIÇÕES OBJETIVAS


LIÇÕES OBJETIVAS

O amigo sabe o que é uma lição objetiva? É tirar lições espirituais, ensinamentos de objetos, como por exemplo: um lápis.
O que o lápis pode nos ensinar.  Com um lápis você pode escrever coisas ruins, maldades, sujeiras, ou coisas boas, que edificam, que abençoam, louvores, palavras de carinho, etc....  mas, se o lápis estiver sem ponta não poderemos escrever nada com ele.  Então, qual a lição que poderemos aprender?
1º Se o lápis estiver sem ponta nada poderemos escrever – sem Jesus em nossa vida, nada poderemos ‘escrever’, isto é, seremos nada, um ‘zero a esquerda’.
2º Com um lápis em mãos, só nós decidiremos o que vamos escrever: se coisas boas ou ruins.  Portanto, só nós poderemos decidir o que faremos de nossa vida;  se vamos escrever coisas belas ou vamos escrever derrotas, maldades, e tristezas.   Se estivermos nas mãos de Jesus, com Ele no coração, nossa vida tem sentido e poderemos escrever só coisas boas contudo se estivermos sem Jesus, e nas mãos do inimigo, então só vamos escrever destruição, coisas ruins, motivos de muitas lágrimas e tristezas.... O que vamos escolher? Um lápis sem ponta de nada presta, uma vida sem Jesus não serve para nada!  Um lápis que só escreve coisas ruins é igual a uma vida sem Jesus, mas pode se converter e deixar o Senhor transformar seu coração e começar a escrever coisas lindas e abençoadoras em sua vida. Escrever somente o que é belo, em especial, as bênçãos de Deus. Basta entregar seu coração a Jesus e deixar que Ele mude a sua vida.   Que tipo de lápis é você?
Certa vez a mamãe levou  para a Reunião ao Ar Livre, um ovo e enquanto falava o ovo escorregou de sua mão  e caiu no chão ...Uh !!!!!   Todos se assustaram ....porém o ovo estava cozido e preparado para este fim.  A lição que ela nos trouxe – Se nós não estivermos bem firmes e seguros nas mãos de Deus, poderemos cair  e não teremos salvação.  Há que estar bem seguro nas mãos de Deus.
Prezado amigo, olhe a sua volta agora.  O que você vê ? Uma cadeira boa ou com os pés quebrados?  Um brinquedo abandonado? Uma chave, seja de sua casa  ou do seu carro, ou alguma chave esquecida há muito tempo?  O que você vê a sua volta?  Pare um pouco.  Pense.....pense.....pense.....  O que estes objetos que você esta vendo,  podem  dizer para você?  Qual deles te chama mais atenção?  Não te dizem nada?!   Bom, em primeiro lugar  decida para que serve:  uma cadeira: para que serve? Sentar? É  claro. Porém nós as usamos também para outra finalidades que não são sua finalidade, como por exemplo, usá-las para subir, para alcançar algo muito alto – serve como escada.  Serve também como apoio para alguma coisa que precisamos, etc...    Quais são os tipos?  Largas, acolchoadas, confortáveis, de madeira, de palhinha, com braços, etc....   Sua vida pode ser igual a essa cadeira.  Muitas pessoas precisam de você e apóiam suas vidas em sua vida, não importa que tipo de pessoa é você.   Agora imagine essa cadeira  com uma perna quebrada.  Já pensou o desastre que será?  Já pensou a sua vida sem Jesus? Como poderá servir de apoio seguro se a tua vida está sem o verdadeiro apoio que é Jesus? Conserte agora!
Imagine uma lanterna sem pilhas, é o mesmo que uma vida sem Jesus. Que Deus fale hoje ao teu coração


A BANDEIRA SALVACIONISTA


Referi-me anteriormente, a bandeira do Exército de Salvação, por algumas vezes.  Ela é muito bonita e simbólica.  Traz as cores oficiais do Exército de Salvação: azul, vermelho e amarelo.    Observe a figura.
 AZUL – representa a pureza da                      alma.
VERMELHO – representa o sangue de Cristo que nos lava de todo o pecado.
AMARELO – o fogo do Espírito Santo que nos purifica e santifica.
ESTRELA – no centro da bandeira representa o sol da justiça de Deus.
EMBLEMA – o emblema “SANGUE E FOGO”,  o sangue de Jesus derramada por nós na cruz e o fogo do Espírito Santo que nos purifica do pecado.  Temos um moto corrente em nosso meio, usamos a expressão: “tal pessoa é ‘sangue e fogo’ ”.  Isto quer dizer que ela é muito animada na Obra do Senhor, uma salvacionista exemplar.  Também para exemplificar o nosso amor e carinho pelo Exército de Salvação, dizemos que o nosso sangue é “azul – vermelho e amarelo”.  È como se o Exército corresse em nossas veias.  Primeiro amamos ao Senhor Jesus, depois, em segundo lugar amamos a Obra Salvacionista.

O ESCUDO SALVACIONISTA

A corôa = representa a corôa de gloria que receberemos nos céus
O circulo = o sol da justiça de Deus
O “S” e a cruz entrelaçados = a salvação através do sacrifício de Cristo na cruz.
As espadas = representam a Palavra de Deus.
Os pontos = são os tiros das verdades.
O lema ‘Sangue e Fogo’ = sangue de Jesus que foi derramado na cruz para que fossemos salvos de nossos pecados e ‘FOGO’ do Espírito Santo que nos santifica.

Os nossos símbolos são o resumo de nossas doutrinas.


PERCURSO ACIDENTADO


Nós sabemos que o homem é falho por mais que deseje fazer o seu melhor.  O que vou aqui narrar, não é para desabonar quem quer que seja ou mesmo manchar esta magnífica Obra.   Longe de mim tal coisa.   Como me referi na Introdução deste, estou contando a história de minha mãe. Por favor, não julguem diferente.
Esse espírito ativo e alegre de minha mãe, nem sempre  foi bem recebido.  Por várias vezes foi incompreendido.  O líder local algumas vezes, a impediu de fazer determinados trabalhos, por não compreendê-la, ou porque achava que não deveria fazer sem uma razão aparente ou simplesmente porá cortar.  Entristecida, ela deixava passar.  Deixava nas mãos de Deus e nunca a ouvi falar mau de ninguém.  Mesmo assim não faltava às Reuniões (cultos), podia chover ou fazer sol. Podia não comparecer ninguém, lá estava ela e me levava também.  O nosso amigo e irmão na fé, o sargento Aníbio Zacarias Rosas, foi testemunha destas ocasiões.







Certa vez eu cheguei em casa, chorando, porque uma pessoa havia me falado, que, iriam falar ao Juiz de Menores em Ponta Grossa, para me tirar de minha mãe porque diziam que ela não era digna de me criar, e acrescentando eu disse que não iria mais ajudar essa pessoa.  A mamãe se limitou a me consolar, tentou amenizar o meu espírito, procurando desculpas para tal pessoa, não foi tirar satisfações e mais uma vez entregou a Deus a dor que sentiu em sua alma.  A mamãe nunca desanimou diante de nenhum obstáculo.  Sempre lutou, com muito amor pela sua Igreja, e passou para mim esse amor e aprendi com ela, não olhar para o ser humano, se não somente para Jesus, o Senhor de nossa Igreja.  Ela envergava o seu uniforme por onde quer que fosse, as vezes eu achava desnecessário isso, porém para ela, era o maior prazer.  Por outro lado, houveram muitos outros que valorizaram o seu trabalho e davam-lhe oportunidade de dirigir os cultos, trazer as mensagens da Palavra de Deus, testemunhar, etc..., o que ela fazia com muito amor .  O  homem é falho mas Deus é perfeito.  Se nós não quisermos encontrar problemas e adversidades, então devemos nos fechar  como ostras, em nossos próprios cantos e nos isolar do mundo.  Mas não é assim, o homem falha mas o Senhor é fiel.  A Casa de Deus é para todos e se fossemos infalíveis não precisaríamos de Deus.  Muitos existem que se consideram os perfeitos e igreja nenhuma lhe serve porque todas tem defeito, pessoas dignas de pena ... Não é de nossa competência julgar este ou aquele.  É de nosso dever ser o exemplo dos fiéis.  O Senhor irá cobrar de nós as nossas atitudes e não as atitudes de nosso pastor ou irmão de fé.  Não, eu não sou perfeita, nem minha mãezinha o era, por isso eu sou humana e preciso de Jesus para me ajudar a ser o melhor que eu puder. A todos queridos oficiais, pastores do Exército de Salvação que passaram por nossa Igreja em Ponta Grossa – PR, elevo a Deus um tributo de gratidão, tenha sido ele ou ela uma pessoa que soube nos compreender ou não, não interessa, o que me interessa que de todos eu tenho boas lembranças. As adversidades que enfrentamos me ensinaram e me fizeram mais forte. Não estou servindo ao homem, sirvo ao meu Mestre e Senhor de minha vida, Jesus. Hoje não temo a incompreensão, é verdade que dói na alma, mas sei enfrentá-la.  Posso chorar, como o faço agora, mas sei que meu Jesus me consola e me ama. Um dia entregarei a Ele tudo isso, quando em glória, Jesus me receber lá no céu.  Tudo isto aqui na terra será nada diante de tamanha recompensa e eu estarei lá com o Senhor.
 O exemplo de minha mãe ainda fala ao meu coração, e haverei de segui-lo até o fim de minha vida.