CAPITULO X
SONHOS QUE SE REALIZAM
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O SONHO DE MINHA MÃE
Como já escrevi anteriormente, a mamãe me dedicou para o Senhor Deus, mesmo antes que eu viesse a nascer. Para isto ela me criou, me educou, e procurou me preparar. Desde a minha mais tenra idade ela vinha me educando com vistas a cumprir o propósito de Deus para minha vida. Contudo é valido aqui dizer que ela nunca me forçou a tomar esta decisão. Suas orações sempre a meu favor davam-lhe forças e esperança que eu decidisse no momento de Deus, que Ele desejasse me chamar e me vocacionar para o Seu Ministério. Soube aguardar com paciência e com vigilância, sempre pronta a defender e proteger, não só a minha vida, como também a saúde de minha alma. Louvo a Deus porque a minha mãe sempre esteve presente em minha vida e foi sempre o meu ponto de apoio em todo o tempo. Mesmo depois de adulta, seus conselhos me foram preciosos. Quantas cartas lhe escrevi expondo os meus problemas e incertezas e sempre a resposta sabia e tranqüilizante chegava. Se fosse preciso ela vinha ao meu encontro para me acalmar e ajudar. Muitas vezes só o fato de poder lhe escrever, já me trazia alívio.
O OFICIALATO II
A mamãe arrependeu-se amargamente por ter deixado as fileiras salvacionistas. Isto ela sempre repetia. Lastimava-se por ter se precipitado ao pedir demissão do Oficialato, e ainda quando idosa trazia em seu peito a dor da saudade desta gloriosa carreira.
Já por minha vez, conhecendo tudo isto, aprendi a lidar com determinadas desilusões e enfrentar as barreiras que por vezes encontro pelo meu caminho. Foi ela quem me ensinou, principalmente a confiar em Deus, pois eu sozinha poderei cair no primeiro problema, por menor que ele seja.
O oficialato é glorioso, contudo não é fácil... É gratificante ganhar as almas para o Senhor Jesus, cuidar do Rebanho do Senhor e andar nos Seus caminhos diariamente e ainda morar nos “Átrios do Senhor”. Sim é muito bom, é glorioso, mas a responsabilidade é enorme...
Ser Oficial do Exército de Salvação é ser Pastor, é ser líder, é ser liderado. É arregaçar as mangas e se jogar por inteiro no trabalho, para fazer qualquer que seja o serviço necessário. Também é lutar contra as hostes e potestades e vencer, em nome de Jesus. Ser Oficial Salvacionista é não parar no primeiro “NÃO”, nem no segundo, nem no terceiro, talvez nunca parar. Ser Oficial Salvacionista é chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram; é repreender com amor e corrigir o que está errado, é superar as diferenças e enfrentar as barreiras; ...é ter uma semana de 8 dias e um dia de 25 horas...
MINHA DECISÃO
No Exército de Salvação temos trabalhado com grande enfoque para a juventude, realizado finais de semana para Juventude ou mesmo “Dias de Juventude”. Nessas ocasiões os jovens são chamados a vida mais perto de Deus e até mesmo a dedicarem-se para Deus, consagrando suas vidas para viverem de tal forma que dignifiquem o nome do Senhor Jesus, também é oferecido oportunidade para aqueles que sentirem o chamado específico para o Oficialato, oferecerem-se, tomando a decisão espontânea.
Em 1963, tivemos em Curitiba – PR , o nosso Dia de Juventude, como era feito anualmente. A idade mínima era 14 anos e eu estava com 13 anos.porém consegui participar pela primeira vez, deste evento importante.
O líder do “Dia” era o então Coronel Gilberto Abadie, nosso Chefe Territorial (hoje denominado de Chefe Nacional), nome dado ao líder do Exército de Salvação no Brasil. Já estávamos na parte final da terceira e última Reunião do “Dia”, ( eram realizados três Reuniões especiais nesse Dia: a primeira antes do almoço, a segunda após o almoço que era um encontro bem animado para que ninguém tivesse sono, e por fim a terceira que completava o Dia de Juventude, e onde então era dada a oportunidade das consagrações. Nesta última Reunião, quando o Coronel Gilberto Abadie chamou os jovens a que desejavam dedicar suas vidas ao Senhor, para serem Oficiais do Exército de Salvação, eu estava sentada perto da saída no meio da fileira dos jovens participantes, senti o Senhor me escolhendo... Então ao ouvir o convite que o Coronel fazia do púlpito, senti como uma mão muito grande pousasse sobre as minhas costas e me fosse levando em direção ao altar, então saí do meu lugar, um tanto apreensiva e caminhava lentamente pelo corredor, entre as fileiras de cadeiras, como que se tivesse sendo empurrada para frente e aí o Coronel Abadie parece ter percebido a minha dificuldade e então levantando a mão em minha direção disse:
- Venha,... pode vir....
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