domingo, 11 de dezembro de 2011

EM SÃO VICENTE - SP


No inicio de 1985, fui nomeada Oficial Dirigente do Corpo de São Vicente, litoral de São Paulo. Então finalmente consegui que a mamãe fosse morar comigo.   Fazia muito tempo que eu queria  isto, mas ela nunca tomava a decisão de me acompanhar.  Desde 1975, ela foi morar em Itanhandú – MG, e sua saúde me preocupava, já havia sofrido problemas cardíacos que a afastara do trabalho e por causa disso conseguiu a sua aposentadoria, incluindo aqui um grave problema de ouvido, que a lançara no hospital, o qual pusera sua vida em perigo, e eu só fiquei sabendo depois de um tempo. Fato que passarei a narrar a seguir.

CONFIAR SEM RESTRIÇÃO


Em janeiro de 1979, a mamãe e eu fomos até a capital mineira, Belo Horizonte, a fim de participar do casamento dos meus amigos e colegas oficiais os Tenentes Eldsmond Cândido e Elizabeth Terezinha dos Santos.  Então os nossos líderes me pediram que ficasse em Belo Horizonte substituindo as férias dos  Majores de Ávila, os Oficiais Dirigentes (Pastores) de nossa Igreja naquela cidade, pelo espaço de 1 mês.   A mamãe retornou a São Paulo com os Cadetes e depois seguiu para Itanhandú- MG.  Depois  eu deveria retornar a São Paulo, para minha nomeação que nessa ocasião era novamente como Oficial de Brigada (auxiliar) no Colégio de Cadetes, trabalhando junto com o Coronel John W.Jones e sua esposa, na época era Major.
Lá em Itanhandú – Minas  Gerais, a mamãe morava em um sitio, retirado do centro da cidade. Numa casa de parede-e-meia com um casal muito simples, mas também muito prestativos.  Não havia eletricidade naquela casa, e para poder ler ou iluminar o ambiente após o anoitecer, o único meio era a tênue luz da chama de uma vela.  As vezes acontecia da mamãe dormir e não apagá-la, contudo o Senhor cuidava de minha querida mãezinha, a Sua serva !

O seu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta! O SENHOR é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita.  De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite.  O SENHOR o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida.” (Salmo 121:3b – 7)

Tudo isso me preocupava.  Era nosso costume nos corresponder semanalmente e eu ficava aguardando ansiosamente as suas cartas.  Desta vez nada chegava, nem um bilhete, nem um recado pelo telefone, N A D A ....!

Minhas cartas seguiam com mais freqüência, implorando as suas noticias, porém nada retornava... “Meu Deus, o que está acontecendo com a minha mãezinha??? Por que não vêm as suas tão esperadas cartinhas?...” Meu coração se afligia e eu buscava refugio e consolo no Senhor, e minha confiança depositava Nele, que tudo sabe.  Sim !!! Tudo sabe, digo no presente porque até agora minha vida continua nas Suas mãos, porque o meu Deus é um Deus do presente, Ele não é um Deus do passado, Deus, o SENHOR, foi, é e sempre será o mesmo.  Só precisamos confiar em Suas promessas.
“”Eis que estou convosco até a consumação do século.” (Mateus 28:20) Diz o Senhor ,  e se o prezado leitor está lendo estas minhas palavras, é porque ainda os séculos não se consumaram......O Senhor está aqui conosco, pronto a receber nossas lágrimas e nossas lamúrias mas também a nossa gratidão, nosso louvor e nossa adoração.
É verdade! Quando estamos em meio as aflições é tão difícil relaxar e confiar mas a aí é que está a aplicação de nossa fé.
Ora, o que é fé? Fé é confiança e segurança nas promessas de Deus. Diz a Palavra de Deus:“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” (Hebreus 11:1) .
 Para mim, não era fácil ficar em lugar tão distante e não poder correr  para junto de minha mãe, talvez buscar o socorro que estivesse precisando, ajudá-la,  pois talvez estivesse necessitando de mim.  Mas o Senhor Jesus podería cuidar dela melhor do que eu, e em meu lugar...  Precisava confiar ...! Sim, Precisava Confiar !!!


CHEIRO DE HOSPITAL


Em casa, digo, em Belo Horizonte, eu estava contando com a companhia de uma das filhas dos Majores de Ávila, os pastores da nossa Igreja naquela cidade, que não acompanhara seus pais na viagem ao Rio Grande do Sul, em férias. Conversávamos bastante e eu, naquela noite expunha a ela a minha aflição e preocupação, pela falta de noticia de minha mãe, quando repentinamente senti um forte cheiro de hospital, parecia que este cheiro invadia o quarto, onde estávamos.  Não me lembro se ela também sentiu, porém eu sentia tão forte que me parecia estar em um quarto de Hospital.  Nesse momento comentei com ela e meus pensamentos voaram para Itanhandú – MG, para junto de minha mãe e minha oração ao Deus de minh’alma que tudo sabe para que, em nome de Jesus, Ele cuidasse de meu tesouro!
O tempo passava, e eu continuava a sentir o mesmo cheiro por vários dias.  Quase um mês depois chegou a tão esperada cartinha, da minha querida mãezinha.  Colírio para os meus olhos, e suave alívio invadia meu coração ao ver, tocar, e segurar entre os meus dedos aquela missiva com a linda letra de minha mãe.  Com o coração aos saltos, aflita para saber o porquê de demorar tanto para me escrever, me perguntava: “Mãezinha, por que não me escreveu antes?  O que será que contém esta carta?”


SERIA A RESPOSTA DE DEUS?


Aflita, comecei a ler a carta, e então eu soube qual fôra o motivo.
A mamãe passou a narrar a sua história!  Contou-me que certa noite após a leitura bíblica, derramou perante o Senhor, a sua alma, implorando saúde específica para os seus ouvidos, pois não desejava perdê-los.  Seu prazer era cantar, e ouvir os louvores, a Palavra de Deus... Também tinha prazer em participar dos sons da Natureza, do gorjear dos pássaros,  do cantar de seus galos, do cacarejar de suas galinhas, ouvir as vozes dos animais diversos, conversar com todas as pessoas, enfim seus amigos lhe eram muito importantes.  Pensando nisso implorou ao Senhor que a protegesse e curasse qualquer enfermidade em sua audição.
Depois de orar, apagar a vela, único meio de iluminação que possuía, dormiu em sossego, com confiança sob os cuidados de Jesus. Quase ao amanhecer o dia seguinte, acordou com forte dor de ouvido, e observou que sangrava. Quase caindo pois não conseguia ficar em pé buscou o socorro do seu visinho que prontamente atendeu. Buscou ajuda para levá-la ao médico...  Então precisou ser internada com urgência. Ficou hospitalizada durante 11(onze) dias. Devido problemas urgentes para resolver, o médico lhe concedeu alta prematura. Enquanto estava hospitalizada, ouviu a conversa entre duas enfermeiras e soube que o seu estado de saúde preocupava o médico pois sua vida corria perigo... A mamãe pediu ao Senhor a saúde e então precisou ser hospitalizada... Então Deus não respondeu? Não, não é assim. Deus à curou, e seu ouvido nunca mais teve problemas, ouvindo perfeitamente durante todos os anos em que viveu. 


Sim, Deus ouviu a sua oração. 

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