terça-feira, 22 de março de 2011

M.Mãe - M.Tes. - CAP.VIII – LUTANDO PARA VIVER - ANDA MENINA!

       CULTOS CASEIROS


Em Santa Cruz do Rio Pardo passamos a frenquentar a Igreja Presbiteriana Independente, igreja esta que era a igreja berço de minha mãe, e eu participava ativamente da Escola Dominical e outros cultos, e a mamãe tornou-se professora da Escola dominical. 
Uma das atividades que a mamãe fazia com os adolescentes e pré-adolescentes, eram cultos caseiros, aonde eles dirigiam e também transmitiam a Palavra de Deus, com responsabilidade e seriedade.  Eu ainda lembro desses cultos caseiros, como um filme antigo e creio que se algum desses jovenzinhos ler estas minhas lembranças, haverá de se lembrar também.
Na IPI de Santa Cruz do Rio Pardo ainda podemos encontrar a nossa amiga Marina , da família Araújo, hoje senhora Marina Oliari que se recorda com saudades desse tempo, e testemunha com simpatia, e outros antigos irmãos, hoje já bem idosos, que eram daquele tempo.

               ESCOLA DOMINICAL


Agora passei a contar as minhas recordações, porém, os senhores poderão notar nas entre linhas, que todas essas  recordações trazem uma  base bem sólida; os ensinamentos de minha querida mãezinha. Foi ela quem me ensinou a amar a Casa de Deus. Foi ela quem me ensinou a amar, acima de tudo, e em primeiro lugar, ao Senhor Jesus.  Foi quem me ensinou a me comportar na Igreja e prestar atenção nas pregações do Pastor a quem chamávamos carinhosamente de ‘Reverendo’.  Ela me levou ao Senhor Jesus. E hoje eu devo a ela, abaixo de Deus, tudo que sei e sou.
Lembro-me da classe dos ‘Cordeirinhos de Jesus’.  Chegávamos a Igreja logo cedo para a Escola Dominical que começava às 9 horas e com as revistinhas de Estudo Bíblico, dirigíamos ao pavilhão de baixo, para as nossas classes.  Lá aprendíamos a cantar os corinhos e as lições bíblicas.  Lembro-me até hoje de um corinho que aprendi nessa classe:

"A graça de Jesus,
Jamais me faltará   ( 3 x )
Eu canto noite e dia, dia e noite sem parar
Com muita alegria, sem nunca me cansar.
A graça de Jesus,
Jamais me faltará, ( 2 x ) No coração.”   
            
Já lá se vão mais de 50 anos.....!  Não só este corinho mas também outros que ainda se cantam por todo o meio Evangélico.  E quando tocava o sininho, terminávamos a classe com uma oração e subíamos em fila indiana para entrarmos no Templo para a conclusão da Escola Dominical.  Lembro-me que ficávamos todos comportados ao lado da porta lateral do Templo esperando o momento de adentrarmos e ocupar os nossos lugares.  Cada classe tinha o seu ligar determinado sendo que os Cordeirinhos ficavam logo nos primeiros bancos, pois era a classe de menor idade. Na chamada das classes, todos tínhamos um versículo na ponta da língua para recitarmos.  O mais gostoso era a classe receber,  ao seu lado, o lindo estandarte, porque fora a classe com maior porcentagem de presença.  Também era contados o número de Bíblias, hinários, visitas, e ofertas.  O estandarte era o estilo de uma flâmula amarelo-ouro e com o emblema da Escola Dominical, que era trazida num mastro próprio.
Como era lindo....

INSISTÊNCIA VENCEDORA

O vovô nessa época ficou muito doente.  Apareceu-lhe em sua coluna dorsal, um tumor que o fez prostrar-se sobre a cama. Suas dores eram muito fortes a ponto de não suportar, nem as dobras dos lençóis em sua cama.  Ainda assim ele era muito carinhoso para comigo e eu o queria bem demais.  Uma das coisas que eu mais gostava era fazer companhia ao meu avô e conversar com ele. Dizia-lhe:
─ Vovô, Jesus está bem pertinho do senhor aqui. Com os olhos abertos, o senhor não O vê, mas se o senhor fechar os seus olhos, o senhor poderá ver Jesus.
E assim eu vivia a conversar com ele.  Depois ele foi para São Paulo – Capital, e no Hospital das Clinicas fez a cirurgia que sanou o problema, voltando para casa em convalescença feliz, graças a Deus. 
Não muito tempo depois, eu não estava satisfeita em apenas receber a oferta para a Escola Dominical que ele sempre me dava a cada domingo.  Eu queria mais, muito mais ... eu queria que o vovô fosse comigo a Igreja, mas já faziam aproximadamente 30 anos que ele se afastara e nunca mais fora assistir a um culto sequer.  Resolvida a levá-lo para a Igreja, comecei a trabalhar: a cada domingo convidava-o e a cada convite meu, ele tinha uma desculpa para dar.
 Vovô, vamos comigo a Igreja, hoje?
Ah! Hoje não dá...estou muito cansado.  Respondia ele, ao que eu insistia:
Vamos vovô, o senhor vai gostar! Vamos...?
Não, hoje não dá, outro dia...   respondia, esquivando-se da minha insistência.
Assim foi por vários domingos, até que ele começou a prometer que iría comigo no domingo seguinte.  Quando chegava o domingo, eu cobrava a promessa até que um dia eu venci.  Consegui levar o meu avô de volta para a Igreja.   É bem verdade que ele não ia freqüentemente, mas voltou a entrar na Igreja.  
Louvo o Senhor por tal vitória!

       SITIO BARRA MANSA

A Tia Ondina, irmã de minha mãe, lecionava no sitio Barra Mansa e eu comecei a ser a sua companheira.  Todos os dias íamos de charrete para o sitio.  A escolinha era composta de uma sala apenas, que comportava alunos do 1º ao 3º ano primário.  A Tia dividia o tempo de aula entre as três series. Lembro-me que ela chamava ao quadro negro, o 1º ano para ler com ela o abecedário e eu no meu lugar, acompanhava tudo e logo aprendi a ler sem que ela percebesse. Eu estava com 6 anos.   Quando a tia percebeu que eu já sabia ler igual aos seus alunos, matriculou-me, faltando apenas 2 meses para terminar o ano letivo e eu passei para o 2º ano.
  
ANDA MENINA!

A minha família é composta, na sua maioria, por  professôres, mas eram muito bravos.  A tia Ondina não era exceção. Lembro-me que no canto da sala de aula, ela mantinha um maço de varas de marmelo, só que eu nunca a vi usar.  O que ela usava era uma régua de madeira de 100 cm, com a qual dava as suas aulas  e se algum aluno não obedecesse, a régua esquentava o lombo.
Certo dia estávamos em aula quando um menino do 2º ano começou a bagunçar em classe.  A tia Ondina virou para ele, de régua em punho, pronta para lhe bater, quando ele apelou:
 Não dona Ondina, não fui eu. Foi a Ilaíde...  Podem imaginar o que aconteceu?  Isso mesmo.  A régua quebrou em minha cabeça, sem eu dever ...
Quando já estava idosa e aposentada ela negava veementemente que agia desta forma e se alguém falasse que sofreu este tipo de castigo nas mão dela sofreria o seu desprezo e até ódio. Ela podia dizer qualquer coisa ao contrario, nós que sofremos os ditos castigos é que sabemos!
Outro fato que não esqueço e até me lembro muito bem, até me divirto, pois não guardo uma sombra de  ressentimento, foi quando voltávamos do sitio.  Descíamos a rua do Bairro de São José em santa Cruz do Rio Pardo, em direção ao centro da cidade, à casa dos meus avós, onde eu morava com minha mãe.  No meio de nossa conversa, de repente, a tia resolveu me perguntar como se falava determinadas palavras:
 É travesseiro ou trabesseiro? Perguntava.  E eu demorava em responder, pois não queria falar errado.  E o medo do resultado se eu falasse errado?  Aonde eu ficaria? Ficava pensando...pensando...de repente a tia achando que eu demorava demais, gritava, levantando o cabo do chicote, ameaçadoramente em minha direção, como quem iría bater com ele em mim.  Lembre-se que eu escrevi anteriormente, que nós íamos de charrete para o sitio.
 Anda menina. É travesseiro ou trabesseiro?
 Morrendo de medo de falar errado e de levar uma pancada na cabeça com o cabo do chicote ameaçador, eu respondia tremendo:
─ É...é ..é...
         -Anda menina... gritava ameaçadoramente a tia ...
─ éééé TRAVESSEIRO...eu respondia ligeiro
─ Ah bom. ... completava a tia Ondina, para logo em seguida me colocar em apuros novamente, com nova pergunta:
─ É  vassoura ou  bassoura?
E agora...qual era o certo?   Na minha cabecinha de 6 anos, os pensamentos ficavam sem direção.  Sem saber para que lado deveria ir, eu demorava para responder e então vinha o grito ameaçador da tia com o cabo do chicote levantado em minha direção caso eu errasse:
─ Anda menina.....
─ ééééééé´....VASSOURA, respondia eu com o coração aos saltos....
─ Ah bom.  Novamente retrucava a tia, eu  (ufa!!!!!) respirava aliviada.   As nossas viagens não se resumiam a ameaças e medo.  Elas eram bem gostosas e divertidas, e como nos divertíamos!!!
    A tia reagia desta forma porque era seu jeito e naqueles idos anos da década de 50, os professores tinham poder de educar.  É verdade que havia muito exagero, mas eram ótimos educadores. Se hoje temos grandes personalidades, porque havia boa educação, tanto em casa como nas Escolas.  Hoje em dia ser professor é ser herói! Além de ter que enfrentar a falta de respeito em classe, ainda tornam-se vítimas da situação.
O medo impera nos dias de hoje.  Temos medo até da própria sombra. , contudo “O perfeito amor lança fora o medo.” (1João 4:18) Quem tem Jesus como seu Senhor  não precisa ter medo.  Quem anda nos caminhos de Deus não teme, ainda que seu corpo venha perecer, vítima da situação, a sua alma irá morar no céu com Jesus. Ou será que precisa sofrer ameaças para andar correto? Só Jesus é Senhor, não há outro.
Há pessoas que sabem que devem obedecer ao Senhor, que o caminho em que estão, é errado, que seguindo por ele, irão perecer e perder a sua alma, mas ainda continuam andando por sendas tortuosas, continuam andando errado.   É igual aos fumantes e viciados diversos, que sabem que se continuam a praticar tal vicio, poderão perder a vida de maneiras tão drásticas e terríveis, mas continuam no seu vicio.   O que poderíamos dizer de tal coisa?  Cada pessoa prestará contas de si mesmo a Deus, se perder a sua vida por causa dos vícios, enfrentará o juízo de Deus.  Porém ainda ha tempo de reverter situação.  Busque o perdão de Deus com sinceridade, com coração sincero e arrependido.   Tome firme decisão de não praticar mais o errado e mude de vida. O Senhor Jesus  deu a Sua vida  para que você  tenha a vida.  Você crê?  Se crê, tome hoje a sua decisão.  Não perca a sua alma .  Lembre-se que Deus te ama  tanto que “deu Seu filho unigênito para que todo o que Nele crê não pereça mas tenha a vida Eterna.” (João 3:16) “Quem Nele crê não é julgado, o que não crê já está julgado, porquanto não crê  no nome do Unigênito Filho de Deus.”(João 3:18)
O Senhor, hoje, tem para você uma benção sem igual !
Lance fora todo o vício, seja o que for: lance fora. Deixe Jesus ocupar teu coração e te abençoar.  Experimente esta nova vida mas seja sincero e decidido pois o Senhor conhece os pensamentos mais escondidos e sonda os corações. O Senhor “Revela o profundo e o escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz.” ( Daniel 2:22 )
Busque o Senhor agora com toda sinceridade e humildade.

Deus ama você!!!

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