sexta-feira, 4 de março de 2011

M. Mãe - M. Tes. - CAP V - CONS. DE UM ERRO - PONTA GROSSA - PR

PONTA GROSSA – PR  PONTO MARCANTE


Por que Ponta Grossa? Não poderia ser outra cidade qualquer? Sim, poderia.  Porém eu creio que fora a vontade de Deus  que ela fosse se estabelecesse nessa cidade paranaense, situada no 2º planalto, de clima temperado, que a acolheu como uma de suas filhas.  Não conhecia nenhuma pessoa de lá, nada havia que a influenciasse para esta escolha, contudo ela decidiu estabelecer-se  nessa cidade.  Aí conseguiu muitos amigos e finalmente sentia-se bem, pois estava num lugar onde ninguém a conhecia. Com 29 anos de idade, recém completados, sozinha buscava forças em Deus para vencer.
Nunca tive a curiosidade de lhe perguntar sobre esse começo, porém acredito que tenha sido muito difícil esse reinicio de vida.  Seus cabelos já começavam a branquear e a dificuldade para arrumar emprego, era tremenda...   Muitas vezes, ela via nas vitrines, cartazes pedindo ou oferecendo vagas para moças em seus estabelecimentos e quando ela ia pedir o lugar, os empregadores ao observar seus cabelos  branqueando logo respondiam:
- Não, não preciso mais. A vaga já foi preenchida.
O que na maioria das vezes era mentira...    Descriminações e humilhações que a perseguiram por toda a sua vida.  Sua frustração era grande.  Ela havia deixado sua verdadeira vocação. Havia interrompido o seu ‘oficialato’ e agora o que poderia fazer? Lá em Santa Cruz do Rio Pardo – SP, no seio da família, ela nunca teve apoio pela sua escolha, ser oficial do Exército de Salvação.  Agora que havia interrompido a sua vocação, neste momento de desespero, de tristeza, de desilusão por causa das incompreensões e calunia sofrida, e sem alguém que pudesse estender-lhe a mão e ajudá-la a ‘esfriar a cabeça’, foi que tomou essa decisão precipitada, e o futuro a sua frente era incerto e um tanto assustador.... mas não tinha volta ...!



NA SANTA CASA DE MISERICORDIA
  
Adoeceu grandemente  e precisou ser hospitalizada.  Seu tratamento foi demorado e então para passar as horas, em seu bom humor, ela buscava alegrar aos pacientes que lá estavam em tratamento, brincando com todos.  Se alguém estava muito triste e desanimado, ela sabia dizer-lhe palavras de ânimo.  Se alguém queixava de alguma dor, ela, imitando aos médicos ia ‘examinar’ a paciente e encontrava as enfermidades em pontos totalmente trocados, como diagnosticar uma apendicite no dedão do pé. Fazia tudo com muita graça e cordialidade  que todos se alegravam e assim ela distraía a todos ajudando até no tratamento e recuperação, fazendo-os esquecerem o seu mal.

 A VÓ IRACEMA

 Nesse hospital, a mamãe conheceu uma senhora muito amável, natural de Caxias do Sul – RS, que fora internada para tratamento da coluna pois se encontrava machucada.  Essa simpática e bondosa senhora a convidou para morar em sua casa. Tornaram-se amigas e quando a mamãe recebeu alta hospitalar, foi morar na casa dessa gaúcha querida e de sua família. Mais tarde ela se tornou uma das cinco avós adotivas que tive em minha vida.   A vó Iracema!   Gostava muito dela e de toda a sua família, aos quais até hoje recordo com muito carinho, e quando os encontro fico muito feliz.  A vó Iracema e o vô Medina ( não me lembro o seu nome), eram mascates  e como eu gostava de encontrá-lo na praça vendendo os seus brinquedos... Creio que um dos motivos que fez com que a mamãe se simpatizasse pela vó Iracema e a família, era o fato que eles nunca perderam o sotaque gaúcho que traziam de sua terra natal, Caxias do Sul – RS.


 TRABALHO DURO

Para o seu sustento, a mamãe precisou trabalhar duro.  Então ela trabalhou em restaurantes, cafés, bares, etc... Sempre com honestidade e sinceridade, principalmente para com o Senhor Jesus.
Contou-me que seu trabalho era muito cansativo e difícil.  No Café do Ponto Azul, servia como garçonete, procurava impor respeito para com a sua pessoa, atendendo com muito respeito, educação e destreza a todos os fregueses.  Embora fosse cortês,  não aceitava determinadas brincadeiras dos fregueses acostumados a demonstrar com atitudes seus bons humores para com as garçonetes. 
Certo dia, um senhor, para brincar com ela, puxou o laço do seu avental, desamarrando-o, quando ela passava pela mesa deste freguês.  A mamãe ficou muito aborrecida e não aceitou mais atendê-lo por um longo tempo, mesmo que o patrão a ordenasse.  Enquanto esse senhor não se mostrou realmente arrependido por tal ato, e insistentemente lhe pedia desculpas.
No Café do Ponto Azul, era também uma sorveteria e era muito freqüentado por pessoas de diferentes classes sociais. Aqueles que possuíam mais condições, gastavam mais  e davam gorjetas gordas e por isto eram preferidos pelas garçonetes, colegas da minha mãe. Já os mais pobres davam gorjetas mais simples e gastavam menos, porém eram os maiores freqüentadores deste Café.  Estas pessoas eram descriminadas pelas demais garçonetes, contudo a mamãe os atendia de igual modo como aos mais ricos. Ela não escolhia a quem atender e servir e assim no final do dia ao contar as gorjetas recebidas, o valor excedia aos totais de suas colegas.




(visite o meu segundo Blog http://tidefleury.blog.com  )




2 comentários:

  1. Minha querida amiga,

    Gostei muito de ver o seu blog. É lindo ver
    pessoas com o seu conteúdo se expressarem
    dessa forma.

    Muitos parabéns!

    P.S: Vou seguir seu blog.

    Abraços!

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  2. Obrigada Anderson, estou feliz que você gostou. Bem vindo e sempre que desejar expressar seus sentimentos ao ler meus escritos faça-o pois terei prazer em ler. Também pode publicar aos seus amigos... Deus o abençoe!

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