CAPÍTULO XIII
SEGUINDO AS FILEIRAS
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EM CAMPOS DO JORDÂO
Em fevereiro de 1990 seguimos para o “Lar do Outono” na cidade de Campos do Jordão. O Exercito de Salvação mantem um lar para idosos naquela linda cidade. Gostaria de lembrar ao estimado leitor que não usamos a denominação “asilo”, mas chamamos de “lar” porque estendemos aos idosos, sob os nossos cuidados, que se sintam como se estivessem vivendo num lar e aonde eles são muito preciosos.
Fomos bem recebidas no “Lar do outono” e tudo que eu podia, fazia para ajudar e cuidava da mamãe. As dificuldades eram grandes para poder conciliar os dois, com tudo eu estava feliz por poder ter a mamãe comigo, e poder cuidar dela.
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DE PONTA CABEÇA
Como havia dito acima, eu procurava conciliar os dois trabalhos, apesar que para mim não era trabalho cuidar da minha mãe, era além de um dever cristão e de filha, era prezeiroso poder cuidar do meu tesouro, porem muitas coisas aconteciam apesar de todo cuidado.
Certo dia eu sai para fazer algum trabalho fora do Lar e deixei a mamãe em nosso quarto, deitada. Quando retornei encontrei a diretora colocando gelo na testa da mamãe e muito preocupada. Ao indagar o que havia acontecido, ela me disse:
─ A sua mãe caiu de ponta cabeça, batendo a testa no chão...
Como isso aconteceu? Bem todas as idosas gostavam muito dela e vinham cumprimenta – lá ou conversar com ela quando eu a deixava no quarto em vez de levá-la para sala. Naquele dia quando eu saí, a Carolina, uma das senhoras idosas veio trocar umas palavrinhas com a mamãe. Eu havia trazido um gato muito bonito de Portugal, o qual era estimado por ela, e ele subiu na cama dela, não sei se ela quis pegá-lo ou se desejava tirá-lo da cama, aí perdeu o equilíbrio e foi ao chão batendo o lado direito da testa no chão que era de cerâmica vermelha. Levantou um enorme calombo, o famoso “galo”. Fizemos exames e radiografias e com a graça de Deus, nada, além disso, aconteceu. Só tivemos que conviver por uns tempos com o seu olho e testa roxos, mas graças a Deus que a protegeu.
“MAMÃE, NÃO MORRA”!
Campos do Jordão- SP é uma cidade muito gostosa de se viver. O clima é delicioso, é frio bastante, porém é muito sadio. Nós gostávamos muito de lá e a saúde da mamãe estava sempre bem, ela se adaptou muito com o clima. Porém o derrame é algo muito triste e como um inimigo invisível, ele vai minando, a saúde física e mental de suas vítimas. As áreas atingidas do cérebro morrem e trazem consigo conseqüências aterradoras. A mamãe sempre foi tudo para mim. Ela foi meu pai, minha mãe, ela foi meu atalaia espiritual, foi através de seus ensinamentos que eu conheci a Jesus como meu Salvador e Senhor. Parecia-me impossível viver sem tê-la ao meu lado, sem poder ouvir os seus conselhos, as suas orientações, ela era o meu esteio de vida, o centro da minha vida, só estava abaixo do Senhor Deus que é o supremo em todo o meu viver. “Se não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado, ora diga Israel, se não fora o Senhor, que estava ao nosso lado..., as águas teriam transbordado sobre nós e a corrente teria passado sobre a nossa alma; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma.” O nosso socorro esta no nome do Senhor, criador do céu e da terra.” (Salmo 124: 1,2ª,4,5,8) “
A mamãe mesmo doente era bastante alegre, e sempre nós conversávamos, trocávamos idéias, e eu ouvia os seus preciosos conselhos. Certa noite, estávamos conversando, quando repentinamente ela começou a tremer, e me falou:
─ Filha, veja que coisa esquisita... Minha mão esta tremendo...
Logo este tremor passou para os seus pés, e já para o rosto e a se contorcer. Era uma violenta convulsão... Eu nunca havia presenciado tal situação, parecia-me que ela estava morrendo. Então implorei, tentando ajuda-la como podia; e em lágrimas e aflição:
─Não morra mamãe; por favor, não morra...
Meu Deus! Eu estaria perdendo o meu tesouro? Pedi ajuda das senhoras internas que de imediato me socorreram. Enquanto elas ficaram ao lado dela corri para Santa Casa que ficava ao lado do Lar, e dois enfermeiros vieram buscá–la com a maca. Sua PA estava muito alta (24x14), mas graças a Deus que foi salva a tempo e não se concretizou um novo AVC.
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