terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CAPÍTULO XIII SEGUINDO AS FILEIRAS

CAPÍTULO  XIII  
SEGUINDO AS FILEIRAS

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EM CAMPOS DO JORDÂO

Em fevereiro de 1990 seguimos para o “Lar do Outono” na cidade de Campos do Jordão. O Exercito de Salvação mantem um lar para idosos naquela linda cidade. Gostaria de lembrar ao estimado leitor que não usamos a denominação “asilo”, mas chamamos de “lar” porque estendemos aos idosos, sob os nossos cuidados, que se sintam como se estivessem vivendo num lar e aonde eles são muito preciosos.
Fomos bem recebidas no “Lar do outono” e tudo que eu podia, fazia para ajudar e cuidava da mamãe. As dificuldades eram grandes para poder conciliar os dois, com tudo eu estava feliz por poder ter a mamãe comigo, e poder cuidar dela.
Em Campos do Jordão – SP  1991
 
Diante dos fatos e dificuldades muitas pessoas amigas não conseguiam entender porque eu não deixava a mamãe em um “asilo” e assim eu poderia seguir sem maiores dificuldades o meu ministério. Eu havia prometido para ela que eu não faria isso, que nunca havia de deixá-la num asilo e ela sabia que a minha palavra que eu havia empenhado, eu havia de cumprir.


DE PONTA CABEÇA

Como havia dito acima, eu procurava conciliar os dois trabalhos, apesar  que para mim não era trabalho cuidar da minha mãe, era além de um dever cristão e de filha, era prezeiroso poder cuidar do meu tesouro, porem muitas coisas aconteciam apesar de todo cuidado.
Certo dia eu sai para fazer algum trabalho fora do Lar e deixei a mamãe em nosso quarto, deitada. Quando retornei encontrei a diretora colocando gelo na testa da mamãe e muito preocupada. Ao indagar o que havia acontecido, ela me disse:
─ A sua mãe caiu de ponta cabeça, batendo a testa no chão...
Como isso aconteceu? Bem todas as idosas gostavam muito dela e vinham cumprimenta – lá ou conversar com ela quando eu a deixava no quarto em vez de levá-la para sala. Naquele dia quando eu saí, a Carolina, uma das senhoras idosas veio trocar umas palavrinhas com a mamãe. Eu havia trazido um gato muito bonito de Portugal, o qual era estimado por ela, e ele subiu na cama dela, não sei se ela quis pegá-lo ou se desejava tirá-lo da cama, aí perdeu o equilíbrio e foi ao chão batendo o lado direito da testa no chão que era de cerâmica vermelha. Levantou um enorme calombo, o famoso “galo”. Fizemos exames e radiografias e com a graça de Deus, nada, além disso, aconteceu. Só tivemos que conviver por uns tempos com o seu olho e testa roxos, mas graças a Deus que a protegeu.

“MAMÃE, NÃO MORRA”!

 Campos do Jordão- SP é uma cidade muito gostosa de se viver. O clima é delicioso, é frio bastante, porém é muito sadio. Nós gostávamos muito de lá e a saúde da mamãe estava sempre bem, ela se adaptou muito com o clima. Porém o derrame é algo muito triste e como um inimigo invisível, ele vai minando, a saúde física e mental de suas vítimas. As áreas atingidas do cérebro morrem e trazem consigo conseqüências aterradoras. A mamãe sempre foi tudo para mim. Ela foi meu pai, minha mãe, ela foi meu atalaia espiritual, foi através de seus ensinamentos que eu conheci a Jesus como meu Salvador e Senhor. Parecia-me impossível viver sem tê-la ao meu lado, sem poder ouvir os seus conselhos, as suas orientações, ela era o meu esteio de vida, o centro da minha vida, só estava abaixo do Senhor Deus que é o supremo em todo o meu viver. “Se não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado, ora diga Israel, se não fora o Senhor, que estava ao nosso lado..., as águas teriam transbordado sobre nós e a corrente teria passado sobre a nossa alma; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma.” O nosso socorro esta no nome do Senhor, criador do céu e da terra.” (Salmo 124: 1,2ª,4,5,8)
 A mamãe mesmo doente era bastante alegre, e sempre nós conversávamos, trocávamos idéias, e eu ouvia os seus preciosos conselhos. Certa noite, estávamos conversando, quando repentinamente ela começou a tremer, e me falou:
─ Filha, veja que coisa esquisita... Minha mão esta tremendo...
Logo este tremor passou para os seus pés, e já para o rosto e a se contorcer. Era uma violenta convulsão... Eu nunca havia presenciado tal situação, parecia-me que ela estava morrendo. Então implorei, tentando ajuda-la como podia; e em lágrimas e aflição:
─Não morra mamãe; por favor, não morra...
Meu Deus! Eu estaria perdendo o meu tesouro? Pedi ajuda das senhoras internas que de imediato me socorreram. Enquanto elas ficaram ao lado dela corri para Santa Casa que ficava ao lado do Lar, e dois enfermeiros vieram buscá–la com a maca. Sua PA estava muito alta (24x14), mas graças a Deus que foi salva a tempo e não se concretizou um novo AVC.

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