quarta-feira, 4 de abril de 2012

UMA SECRETÁRIA SIMPLES


Quando eu trabalhava na Odontologia, apareceu uma jovem senhora disposta a me ajudar em casa.  A Jurema me pareceu uma boa pessoa e como a mamãe ficava sozinha eu aceitei de imediato.  Não lembro ao certo, mas trabalhou apenas uns dois ou três dias e não quiz mais e combinou comigo me apresentar uma conhecida sua, para vir me ajudar. Aceitei sua proposta e no dia seguinte ao chegar em casa para o almoço, fiquei surpresa e preocupada.  Ela me apresentou uma senhora muito simples, que me parecia que teria inúmeras dificuldades  em adaptar-nos uma com a outra.  Talvez se aquela senhora tivesse batido em minha porta pedindo emprego, eu, provávelmente teria negado, embora estive precisando muito.
Agora eu tinha que lhe ensinar até cozinhar dentre outras lições básicas  de higiene.  Também possuía um filho pequeno de 4 anos deficiente, o qual ela não deixava com ninguém, pois acreditava que ninguém saberia cuidar dele.  Logo percebi que ele precisava de ajuda profissional, de tanto eu insistir ela concordou e Deus nos abriu uma porta magnífica. – a APAE aceitou fazer a sua matrícula.
A Iracema aceitava de bom grado os meu conselhos e procurava fazer o melhor que podia.   É verdade que muita coisa deixava a desejar mas ela cuidava com carinho de minha mãe.
“Porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento.” (1 Cronicas 28:9) porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.” (1Samuel 16:7b)
Tinha um porém; a Iracema não acreditava que a mamãe não possuia mais a capacidade mental e achava que ela fazia muita coisa por birra. Também tinha uma voz alta e para o agudo. As vezes a mamãe se assustava com ela.  Muitas vezes eu alertava:
─ Iracema fale mais baixo. A mamãe nunca gostou de grito, ela se assusta....
─ Que nada, Ilaíde,  ela ela ja se acostumou comigo.
E virava para a mamãe e dizia: ─ Né vó? – em tom alto.
Que mais eu poderia dizer?  Apesar de ser assim tinha sido a que melhor cuidava de minha mãe.  Havia dias que ela resolvia lavar os cabelos de minha mãe todos os dias, e quando não, molhava muito para pentear.  Mostrei-lhe o mal que isto fazia. Ela, então. Me respondia:
─ Que nada, Ilaide.  Dona Elza esta melhor do que nós duas juntas....
─ Não é assim, Iracema...eu retrucava e continuava; veja que se você continuar fazendo assim a saúde dela vai piorar...
Assim ela diminuia , um pouco a sua onda de banhos ou tanta molhação dos cabelos, falo em banhos porque as vezes ela resolvia dar dois ou tres banhos ao dia e lavando os cabelos.

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