segunda-feira, 2 de abril de 2012

SECRETÁRIAS & SECRETÁRIAS

Para que eu pudesse trabalhar, encontrei outra barreira; precisava encontrar alguém que ficasse em casa com a minha mãe e para tal havia necessidade de dar um salário para essa pessoa.  Dentro de minhas posses não conseguia contratar pessoas de capacidade. Havia algumas esforçadas que davam o seu melhor outras nem tanto.  Obtive ajuda de uma irmã que embora com certa idade me ajudou o quanto pode.  Houve outra, logo no inicio, que tinha o costume de levar para casa nossas coisas e gostava de uns tragos a mais. Sentimos falta de diversos objetos, só que não fomos atrás.  Outras se sucederam em pequenos espaços de tempo.  Algumas esforçavam-se para fazer o melhor, então eu conseguia trabalhar menos preocupada. Outras, mais me trouxeram preocupação do que ajudaram. Houve uma jovem que trouxe o seu bebe, e eu procurei dar a ela todo o apoio e até ofereci que viesse morar conosco. 

POUCO  ME  IMPORTA!

Um dia quando cheguei em casa para almoçar, a mamãe estava caída no chão do quarto entre as camas, chão frio se cerâmica, sem nenhum cuidado, lutando para levantar e se batendo contra as camas.  Indignada com tal situação eu perguntei a razão da mamãe estar no chão; ao que ela me respondeu:
─ Eu não agüentei levantá-la e ela caiu....
─ Mas você não podería, pelo menos, pôr um travesseiro debaixo de sua cabeça para que ela não se machucasse? 
Perguntei já tentando levantá-la do chão e quando olhei, a jovem estava perto da porta com os braços cruzados, olhando-nos com desdém e nada de interesse ou iniciativa para ajudar. Pouco lhe importava o que estava acontecendo.....   Então indignada eu falei:
─  Por favor, venha me ajudar....
Assim pusemos a mamãe na cama de volta e aí é que ela foi receber os cuidados que deveriam ter sido feitos muito mais cedo.   Coitadinha... não sei quanto tempo ela ficou ali naquele chão frio, sem nenhum cuidado, sem fôrro, coberta ou travesseiro !!!!



TAPA NO ROSTO

Algum tempo depois, outra jovem estava nos ajudando.  A mamãe não aceitava de bom grado a alimentação contudo era uma atitude automática, pois não agia em sã consciência.  Quantas vezes ao dar-lhe a alimentação, ela levava a mão direita na colher empurrando para longe de si, o que fazia com que derramasse sobre ela, todo o conteúdo, fosse mingau ou não.  Para evitar isso sentava-me ao seu lado e delicadamente prendia a sua mão direita sob a minha perna, então conseguia  alimentá-la.  Isto eu ensinava a todas as minhas ajudantes.  Eu também gostava de acariciar-lhe o rosto quando chegava do trabalho, principalmente quando ela já estava só, eu queria que ela sentisse  que eu estava ao seu lado e também beijava-lhe a face amada.
Naquela tarde quando fui passar a mão em seu rosto querido, ela se contraiu e desviou, virando a cabeça para o canto, tentando evitar a minha mão como se eu fosse lhe dar um tapa.... estranhei isso e disse a ela:
─ O que é isso mãezinha?! Eu não vou lhe bater! Porque a senhora esta agindo assim?
Então insisti no carinho e agradando-a, disse:
─ Veja mãezinha ... eu lhe amo, querida! Não precisa ter medo, não vou lhe fazer mal. Alguém lhe bateu no rosto, mãezinha?
Ela não tinha condições de me responder, mas pela sua atitude dava para concluir o que havia acontecido.
Aquela jovem começara uns dois dias antes a trabalhar conosco e eu creio que esqueceu de prender a mão de minha mãe para alimentá-la, ai provavelmente a mamãe não estava deixando ela alimentá-la, segurando a colher e derrubando o conteúdo, então zangada bateu no rosto de minha mãezinha, que estava indefesa diante de alguém impaciente e agressiva. Não tinha com comprovar isso a não ser a própria reação estranha de minha mãe quando fui fazer o meu carinho costumeiro a ela, o que levou a pensar assim.  No dia seguinte a dita jovem não apareceu, e nem nos dias subseqüentes para trabalhar. Nem veio buscar o pagamento dos 3 dias.

TANTO  FAZ

Outra jovem veio trabalhar mas para ela, pouco importava a hora que deveria chegar ou se resolvesse não vir trabalhar, tanto fazia.
Um dia a mãe dessa jovem, a qual já havia trabalhado conosco, ficou bem doente e foi hospitalizada. Vou chamar esta jovem de Dora. Ela não era filha única e sua família era bem grande. Passaram-se uns 3 dias e a Dora não aparecia para trabalhar, e quando veio, lhe perguntei a razão de todas essas faltas, respondeu-me que a causa era que sua mãe havia sido hospitalizada...Estas faltas eram constante.  Eu saia bem cedo para trabalhar, pois o meu expediente começava às 7 horas da manhã, ao meio dia voltava para o almoço, fazia 2 horas de almoço e retornava para casa após as 17 horas.
Quantas vezes aconteceu de eu chegar na hora do almoço e a mamãe estava sozinha ainda na cama precisando ser trocada e higienizada e então, lhe dar o “café da manhã ” e os seus remédios que deveriam ter sido tomados pela manhã e não poderia deixar de tomar.
Certo dia, eu estava trabalhando nas proximidades de minha casa, aproveitei para ir até lá ver como ela estava, com a permissão de minha supervisora.  Quero lembrar aqui que eu trabalhava como “Agente de Saúde no Combate aos Vetores”, ou seja, aos mosquitos aedys aegitus e albopictus, agentes transmissores do dengue, febre amarela e outras doenças, e fazíamos visitas a domicílios, de porta-em-porta com a finalidade de detectar águas paradas, colher larvas e destruir possíveis criadouros. Também orientar a população na prevenção de tais vetores.  Já passavam das 9 hs. quando cheguei em casa e a Dora ainda não havia chegado, vindo aparecer depois, com tranqüilidade e vestida com minhas roupas...!
Também outra secretária jovem que gostava de assistir televisão e dormir, quando eu retornava para o trabalho, não demorava, ela arranjava o que fazer na rua... Na época havia um desejo na televisão que ela não podia perder!!! Quando eu chegava para almoçar ela estava sentada em frente a TV, dormindo na poltrona e se eu não a chamasse, ali ficava até a tarde.  Certo dia cheguei as 13 horas para almoçar e não a acordei, quando se aproximou a hora de eu voltar para o trabalho  (quase 2 horas depois), precisei acordá-la pois dormia profundamente e nem me viu entrar em casa.
Outra jovem veio trabalhar comigo, trazendo o seu bebe, e gostava de se trancar em casa e remexia em tudo, aproveitando para usar meus sapatos, e outros pertences pessoais.  Assim aproveitava para escolher e levar minhas coisas para sua casa, como roupas, calçado (o único par de sapatos que eu tinha para sair), cortinas e etc...  Cobrei dela mas não consegui que me devolvesse nem uma peça sequer.  Fui até a casa de seus pais e lá estava minha cortina na janela 



ESTUPRO?

Logo no inicio, uma senhora grandalhona, veio nos ajudar.  Ela dizia que era de uma Igreja perto de nossa casa, mas desconfiei que ela tinha o mau habito de levar o que não lhe pertencia.  Também era alcoólatra...
Certo dia quando cheguei em casa notei, estarrecida, marcas profundas nas cochas de minha mãe...eram unhadas profundas que haviam cortado a pele e aprofundado
“Meu Deus o que era aquilo?” fiquei tremendo pensando em até estupro. Busquei ajuda de um medico do PS, onde ficava a sede da equipe que eu trabalhava.  Levei a mamãe para exame, graças a Deus não era o que eu temia.  O médico disse que fora ela mesma que havia se unhado, o que eu discordo, pois ela nunca fez isso, e não tinha força suficiente para isso. 
Esta nossa ajudante, não podia ver as coisas boas que logo desaparecia com elas, como por exemplo, a minha máquina de fotos que eu trouxe de Portugal. Enquanto ela estava no prego, estava lá, então resolvi guardá-la para que não sumisse... desapareceu da gaveta...
Assim foram acontecendo os dias de luta. 




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